Rodolfo Juarez
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Mesmo com a Copa do Mundo ocupando grande parte do noticiário, as eleições de outubro deste ano continuam sendo cuidadas pelos organizadores, pelos partidos políticos, seus filiados e simpatizantes.
Apesar da importância da eleição para presidente da República é a política estadual que chama a atenção dos políticos, dos partidos, dos seus filiados e dos militantes, funcionando como uma alternativa de ocupação pelos próximos quatro anos, em cargos e funções públicas.
Durante os últimos 24 anos se observou uma polarização entre dois grupos que entenderam que seriam melhores identificados por cores, definindo o azul e o amarelo como identidade, e com isso, dois grupos se formaram e passaram a se revezar na ocupação de questões que são próprias do poder.
Estão bem definidos esses grupos de pessoas, sempre dispostas a esperar quatro anos (ou mais) para voltar ao “comando” da administração e a ocupar aqueles que formaram em um dos dois grupos. O tempo, inclusive, definiu os que se acomodaram na função de coadjuvante, mesmo que tivesse o DNA de protagonista. Foi assim com o PMDB e com o PT, sempre coadjuvantes, respectivamente do PDT e do PSB.
Durante os 24 anos a terceira via, importante nos pleitos eleitorais, era sufocada antes mesmo da eleição, com o claro objetivo de tirar todas as chances e manter a disputa entre os dois blocos que se acostumaram ao revezamento.
Desde 2014, quando o DEM se intrometeu para quebrar a hegemonia dos arranjos preparados para as eleições e obteve êxito, elegendo um senador, que a história política amapaense conta com outras perspectivas, inclusive com relação ao governo do Estado.
A demonstração de viabilidade da terceira via veio no momento em que o Brasil entra em um processo de instabilidade política decorrente dos escândalos de corrupção que eclodiram e despertaram o eleitor para a necessidade de avaliar a sua responsabilidade no momento de votar.
A corrupção ganhou espaço na mídia e nas reflexões do eleitor, que passou a entender que é um agente de mudança e não um mero sujeito obrigado a votar nas eleições, sabendo que as alternativas eram as mesmas.
O cenário que se desenha para 2018 indica que o país e o Estado do Amapá vão entrar em uma fase de transição de gestão, em que os velhos métodos, a começar pela política e se estendendo para a administração, serão alterados profundamente e adaptados a um sistema que permita a participação popular diretamente sem a demagogia que se pratica atualmente.
A escolha dos vinte e quatro deputados estaduais já experimentou o impacto dessa vontade em 2014 e, em 2018, com mais conhecimento de causa, o eleitor saberá escolher aqueles que poderão mudar a prática da Assembleia Legislativa, transformando-a de uma casa de favores, para uma casa de efetiva cooperação social, com os seus componentes não se locupletando de benefícios oficiais.
O mesmo deve acontecer na escolha dos deputados federais e senadores, estes mais explorados negativamente pela mídia e que, por isso, devem estar se protegendo com “capas de aço” para não serem atingidos.
A baixa preferência pelo cargo de governador do estado, aqui no Amapá, é o resultado do sufocamento das lideranças por parte daqueles que sempre tiveram planos muito diferentes e até mirabolantes para manter-se no poder.
Como mudaram as estratégias dos políticos também mudou a estratégia dos eleitores. A maioria vai decidir o rumo.