Hoje termina o mês de julho e as férias escolares. Voltam os professores e os alunos para as salas de aula e para mais um período da sua vida escolar.
Mais uma vez os pais vão se dar conta de como as creches públicas fazem falta e que as particulares, além de cobrarem mensalidades caras, são raras as que têm infraestrutura que corresponda ao valor cobrado e ao ensino esperado.
Observa-se que na educação infantil, tanto nas creches, para crianças de até três anos de idade, como na pré-escola, de quatro e cinco anos de idade, as carências se confundem com a inexistência, criando um grande obstáculo para uma sociedade que, segundo o IBGE, continuará tendo, por muito tempo, um dos maiores índices de fecundidade de todo o Brasil.
No ensino fundamental os problemas continuam do mesmo tamanho, onde a carência de boas escolas é justificada pela grande procura, tanto nos anos iniciais, os cinco primeiros da sequência (1.º ao 5.º), como nos anos finais, os quatro anos seguintes (do 6.º ao 9.º).
Os problemas no ensino fundamental se acotovelam pela falta de recursos, tanto para equipar as próprias escolas, como para construir prédios melhores e datar de segurança e administração adequadas.
O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, o fantasma da desistência dos alunos e da falta de professores continuam puxando os resultados para baixo. Nessa etapa, as escolas particulares oferecem atração para os adolescentes que têm pais mais abastados e que, mais tarde, vão competir em desigualdade com aqueles alunos que continuaram na escola pública, com ofertas favorecidas de vagas no Ensino Superior.
A forma de admissão do aluno da Educação Básica no Ensino Superior é através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As Universidades Públicas selecionam os seus alunos através da prova do Enem e isso tem deixado para os candidatos às universidades em uma encruzilhada: de ficar na escola pública e ter as vantagens por isso ou estudar nas escolas privadas e entrar sem qualquer vantagem, inclusive no financiamento do curso superior.
Essa escolha na maioria das vezes influencia na Graduação (quando o aluno começa fazendo um curso que é de sua primeira vontade) e que se esforça para consertar na pós-graduação, se aperfeiçoando em assuntos que estão próximos do seu desejo prioritário.
Os professores no meio disso tudo procuram justificar na dificuldade decorrente da realidade como se isso fosse suficiente, ou então, selecionam os alunos mais destacados e investem tudo naqueles alunos, deixando os outros com o mínimo ou até, aquém do mínimo necessário, tanto do aprendizado como do que deveria compor o programa mínimo.
O Amapá já experimentou momentos muito bons no processo de educação-aprendizagem, mas, no momento as dificuldades diárias são imensas, muito embora o Estado conte com uma equipe de professores preparados e interessados, mas que vêem escorrer entre os dedos chances importantes de transformar a educação integral como uma das melhores referências de resultado no Amapá.
Todos os alunos são muito prejudicados, entretanto os alunos da área rural, para quem são oferecidos cursos como se estivessem na área urbana, são os que mais sofrem, inclusive com dificuldades para chegar até às escolas. O transporte escolar foi, pelo menos até o semestre passado, um dos maiores problemas.