As eleições deste ano estão deixando muita gente de “queixo caído” com as novidades protagonizadas pelas lideranças nacionais e regionais.
Na semana passada o Congresso Nacional trouxe para votação matérias polêmicas e que tinham sido engavetadas pelos próprios presidentes das duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados. O resultado foi considerado um desafio ao entendimento do eleitor que está disposto a analisar o cenário antes de votar, muito mais pelo que é dito pela imprensa do que o resultado da avaliação dos eleitores.
Nesse ambiente de vale-tudo, algumas das lideranças políticas amapaenses se viram encurraladas e tiveram que fazer o que não gostariam para não desfazer o castelo de areia que está construído e que não suporta ventos moderados.
Assim, o presidente do PDT, o governador Waldez Góes, teve que comparecer a um ensaio de lançamento de pré-candidatura de uma pessoa que está condenada, com seus direitos políticos suspensos e, por isso, sem condições de registrar candidatura a qualquer cargo eletivo, a não ser que esteja pregando o descumprimento da regra, o que não seria um comportamento apropriado para um governador que foi eleito pela maioria dos eleitores do Amapá, não faz muito tempo.
É a razão sucumbindo ao irracional. A anormalidade prevalecendo sobre o normal. O ilegal desafiando a legalidade. É como dizem os observadores do cotidiano: é o cachorro mijando no poste.
Mas as circunstâncias eleitorais levam a esses patamares impensáveis para quem, costumeiramente, se candidata para que o eleitor o escolha para dirigir os interesses da população local, com a prerrogativa de indicar outros candidatos para os cargos que estarão em disputa no dia 7 de outubro.
Até mesmo os seus mais aguerridos correligionários não aprovaram a decisão de comparecer ao lançamento de uma pré-candidatura onde o próprio pré-candidato está proibido de comparecer.
Para aqueles que dependem da influência do ex-presidente Lula para viabilizar uma candidatura, até que se compreende, a não ser que o governador do Amapá, nessa qualidade, tenha prometido, nem que por carta, ao ex-presidente, que, aqui no Amapá, na qualidade de governador do Estado, o apoiaria para presidente da República, mesmo sem poder estar presente, por motivo de encarceramento.
As lideranças nacionais do PDT, ao que parece, estão noutro rumo, indicando para presidente da República o seu vice-presidente Ciro Ferreira Gomes, com aval do presidente do partido Carlos Lupi.
Então o caso é aqui, regional, onde os aliados que apoiam o governador Waldez na campanha de reeleição, no catálogo de exigências destacaram, como obrigação, o comparecimento no sentido de fortalecer, por aqui, o PT, o PC do B e o PSB, mesmo com o PSB não mandando para o evento um dos integrantes do time titular.
O fato é que o acontecido gerou bolhas de insatisfação, principalmente entre aqueles candidatos que pregam a necessidade de combater a corrupção, o desperdiço e o desvio do dinheiro dos tributos, tão necessários para os projetos de desenvolvimento do Estado e que podem trazer melhoria na qualidade de vida da população.