Estudo sugere que o open office diminui a comunicação entre os funcionários e piora a produtividade
Mark Zuckerberg em seu ambiente de trabalho, no Facebook. Ele compartilha a mesa com colegas
O open office, como é chamada essa configuração de escritório aberto, sem salas individuais, cubículos ou divisórias separando os profissionais gera economia de aluguel às empresas, pois permite que elas coloquem muito mais gente em muito menos espaço.
Além disso, os defensores do modelo defendem que ele facilita a comunicação, permite que todos saibam o que cada um está fazendo e, assim, aumenta a produtividade.
Mas uma pesquisa recente faz esse argumento cair por terra. De acordo com a investigação, o open office faz com que as pessoas conversem menos ao vivo, por medo de parecerem desocupadas, e prefiram serviços de mensagens instantâneas, que proporcionam mais privacidade.
Além disso, neste modelo fica dificultada a concentração dos funcionários, que passam a apelar para dispositivos de isolamento, como os fones de ouvido. Isso tudo causa perda geral de produtividade das empresas.
Um acompanhamento, durante seis meses, da transição do escritório de duas empresas do modelo “antigo”, com salas e divisórias, para o formato open office, permitiu conclusões importantes.
Para medir o comportamento dos funcionários, os pesquisadores pediram para que cada um vestisse uma espécie de broche desenvolvido especialmente para o estudo, capaz de registrar movimentos, localização, postura, proximidade com outros colegas e sons de conversas. Eles também levaram em conta a quantidade de mensagens e e-mails trocados durante o período da pesquisa.
A conclusão: a quantidade de conversas cara a cara caiu 70% no escritório aberto. Elas foram substituídas pelo uso de e-mail e mensagens.
De acordo com os autores do estudo, no escritório aberto os empregados passam a buscar formas de preservar a privacidade e passam a preferir canais eletrônicos de comunicação: em vez de gerar colaborações vibrantes face-a-face de forma crescente, a arquitetura aberta desencadeou uma resposta natural humana de recolhimento social.
Executivos entrevistados pela pesquisa de forma confidencial relataram queda de produtividade em termos quantitativos e qualitativos, segundo as métricas utilizadas pelas próprias companhias estudadas.