A Justiça Eleitoral, responsável pelas eleições de outubro, entra em uma das mais delicadas fases de todo o processo eleitoral: o do registro das candidaturas.
As minirreformas sucessivas que foram praticadas até agora pelo Congresso Nacional é um desafio ao bom senso, especialmente ao bom senso da Justiça Eleitoral. As interpretações diversas apresentam dificuldades para que seja encontrada a paz, um dos objetivos da justiça, em qualquer seção eleitoral, qualquer zona eleitoral ou tribunal eleitoral.
É certo que todos estão em busca do aprimoramento do processo eleitoral utilizado no Brasil, considerado por muitos estudiosos como um dos mais avançados no mundo, possibilitando o conhecimento do resultado de forma muito rápida e sustentando credibilidade no uso da urna eletrônica e no processo de apuração.
Mas continuam os espaços para que haja interpretação individual ou de corte coletiva no processo geral, especialmente no momento do registro das candidaturas, quando partidos e candidatos têm que apresentar a documentação conforme descrita nas regras e que, para alguns partidos e muitos candidatos, quando contrariados, declaram que decisões são injustas e prejudiciais às campanhas, mesmo quando evidenciadas todas as obrigações não cumpridas.
A Lei da Ficha Limpa (ou ficha suja) esmiuçada à exaustão nesse momento de deliberação sobre o registro das candidaturas e se junta às demais leis das eleições, alteradas em demasia, para deixar sempre um espaço para discussão e para a alegação de injustiça.
Mesmo nesse tempo quando o político precisa mudar o seu modo de colocar o eleitor como protagonista do processo, ainda há aqueles que insistem na velha política, especialmente quando não se esforça para encarar o novo momento e se mantém no trilho do comportamento que vem sendo rechaçado pelo eleitor que lhe resta dizer que teve, mais uma vez, negada a sua importância em uma eleição.
Mesmo assim o eleitor deve ficar atendo ao comportamento dos candidatos, pois, certamente, alguns deles ainda continuarão esquecendo o que prometeram e prometendo, outra vez a mesma coisa e pretendendo encobrir a sua real vontade que é continuar sendo um político com os velhos e convenientes procedimentos, não só porque não sabe fazer outra coisa, como também porque não consegue desvencilhar-se da rejeição que acumulou pelos seus erros e devaneios.
Então, mesmo sendo um tempo da Justiça Eleitoral, não há motivo para que o eleitor deixe de prestar atenção em tudo.