O chinês Li Ping esteve no Amapá durante o mês de junho, fez ofertas milionárias ao prefeito de Santana e foi preso por atividades irregulares no Nordeste

Foi preso pela Polícia Federal, quando desembarcava no aeroporto de Belo Horizonte (MG), o empresário chinês Li Ping. Ele esteve no Amapá durante o mês de junho e chegou a transitar entre autoridades, fazendo promessas sobre investimentos no setor mineral.
O empresário responde na Justiça por uma série de atividades econômicas irregulares em estados da Região Nordeste, como Rio Grande do Norte, Sergipe e Ceará, principalmente na área da mineração. As vítimas das supostas fraudes milionárias seriam investidores nacionais e internacionais.
O mandado de prisão preventiva estava aberto desde o dia 25 de julho, e foi expedido pela 2ª Vara Cível e Criminal da Justiça de Sergipe. Ping foi preso no dia 26 julho, depois de sair de Macapá, passar por Curitiba, e ser interceptado na capital mineira.
Li Ping, estaria usando identidades falsas, atendendo por outros dois nomes: Charles Li e Lee.
No Amapá, Ping teve encontro no dia 7 de junho com o prefeito de Santana, Ofirney Sadala, e vereadores do município, onde se apresentou como um grande empresário chinês, dono de empresas de mineração, representante de diversos investidores internacionais, e com grande capital disponível para aportar no Estado.
Além dos políticos, o promotor de Defesa do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo de Santana, Adilson Garcia, acompanhou o encontro e a posterior visita do grupo que recebia o empresário até a Companhia Docas de Santana e na usina de asfalto do município, conforme publicado no site do MP-AP.
Li Ping tirou diversas fotos e estimulou a veiculação do encontro na mídia local. O objetivo era, junto com os acordos firmados, encaminhar as ações para investidores internacionais que pudessem antecipar recursos financeiros para uma possível simulação de atividade produtiva.
Segundo investigadores federais, após se capitalizar, Li planejava abandonar os projetos, como teria feito em outros Estados, onde era investigado pelo Ministério Público e pela Justiça, como em Sergipe.

Prejuízos perpetrados no Brasil
No Estado sergipano, o rombo seria de R$ 16 milhões em perdas de arrecadação de ICMS, quando o empresário atuou entre 1999 e 2008 no setor de piscicultura, com a empresa Sibra Aquicultura S.A.
Na mineração, o grupo do empresário teve apreendida uma carga de 5 mil toneladas de minério de ferro no Porto do Mucuripe, no Ceará, após calote de R$ 2 milhões.
Outro prejuízo foi registrado na cidade de Lages, no Rio Grande do Norte. Lá, o empresário deixou um grande passivo trabalhista e fiscal com fornecedores locais.
No total, são 27 processos nos três estados. Há ainda a suspeita de envolvimento em uma empresa com prejuízos na cidade de Sabinópolis, em Minas Gerais.