Nos últimos quatro anos o Estado mantém a macabra média de 23 mortes para cada mil bebês nascidos vivos.
Quedas tímidas nos números dos últimos quatro anos, mantém a mortalidade infantil no Amapá longe e disparada a maior do país. Dados de 2017 mostraram que a probabilidade de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida é muito alta.
Os números são da pesquisa Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2017, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, 23 bebês morreram no Amapá a cada 1 mil nascidos vivos.
Além do Amapá, apenas o Maranhão ultrapassou a marca de 20 óbitos.
Os indicadores são mais preocupantes ainda quando ocorre a comparação com outros estados, por exemplo. A média nacional, segundo o IBGE, ficou em 12,8 mortes a cada 1 mil nascidos vivos, quase a metade do Amapá. O estado com a menor taxa foi o Espírito Santo (8,4), quase três vezes menos óbitos.
Apesar da mais alta taxa, a média reduziu 0,7 pontos percentuais desde 2014. Para a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa), o índice de mortalidade infantil é afetado pela mortalidade neonatal, ocorrida até 28 dias de nascimento.
O governo estadual atribui às deficiências a falta de procura por exames preventivos durante a gravidez, apontando que 80% das gestantes dão entrada na única maternidade pública do estado não tendo realizado as seis consultas mínimas de pré-natal.
“E as principais causas de morte neonatal estão diretamente ligadas ao pré-natal e, são elas: sepse (infecção neoprimária) – que pode estar relacionada com a infecção urinária; e asfixia neonatal – relacionada a diabetes gestacional. Ambas as causas, se diagnosticadas no pré-natal, seriam tratadas e os óbitos poderiam ser evitados”, justificou a Sesa em nota.
Mesmo com a alta taxa de mortalidade, o Amapá é o 15º estado do país e o 2º da Região Norte com a maior expectativa de vida: 74,2 anos (71,6 para os homens e 76,9 entre as mulheres).
A Secretaria de Saúde completa que os indicadores de mortalidade infantil reduziram 12% no primeiro quadrimestre deste ano, e que está atuando em parceria com as redes municipais de saúde para reforçar a atenção, capacitação e orientação de saúde para a primeira infância.