A Câmara Municipal de Macapá tem chamado a atenção da comunidade muito mais pelas estripulias dos vereadores do que pelas medidas que indiquem que estão justificando o dinheiro que o contribuinte manda, todos os meses, sob a forma de duodécimo, para atender às propostas dos próprios vereadores.
Faz tempo que não se anuncia um projeto que atenda aos interesses da população do município de Macapá. As notícias sempre estão em torno de interesses especiais e personalíssimos de vereadores e de funcionários.
Recentemente o embate foi entre as autoridades da Prefeitura de Macapá e da Câmara de Vereadores a respeito do pagamento de supersalários a funcionários que trabalham ou trabalhavam na Câmara Municipal de Macapá e que era pago diretamente pelo Tesouro do Município, em valores que superavam, de muito, o teto salarial no Brasil e superavam em muito, os salários pagos pela Prefeitura, inclusive para o prefeito.
Também é comum os vereadores, com as honrosas exceções à regra, entenderem que podem fazer da Prefeitura de Macapá um grande cabide de emprego para os seus cabos eleitorais, trocando esses favores por votos em matéria de interesse do Poder Executivo Municipal, independente da avaliação do interesse da população.
Durante muito tempo os presidentes da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Macapá, também chamados de presidente da câmara, tem agido de forma a atender interesses seus e de grupos muito específicos, levando à insatisfação de funcionários municipais que atuam na Prefeitura de Macapá e de funcionários da própria Câmara Municipal de Macapá a episódios lamentáveis – como o da invasão de plenário e quebra-quebra, cujo prejuízo nunca foi medido, mas que foi pago pelo contribuinte.
O que se percebe é que, da parte dos vereadores do município de Macapá, não há uma luta que possa indicar melhoria para a cidade de Macapá, para os distritos do município e para os pequenos núcleos urbanos que esperam e precisam, pelo menos, da atenção do Poder Legislativo Municipal.
Sobram problemas sociais e econômicos de toda ordem, sem dispor o prefeito de proposta oriunda dos “representantes do povo”.
O povo quando escolhe os seus vereadores está certo de que escolheu representantes para organizar ações que interessem à população. Não pode, depois de eleito, o vereador esquecer a população e satisfazer-se em reclamar, fazendo indicações ou projetos, alguns incabíveis, para ser apresentado ao Poder Executivo e por isso mesmo entender que fez a sua parte.
Não fez não. A sua parte é construir uma proposta exequível e que possa ser desenvolvida no tempo, definido pelo próprio vereador, e que atenda aos interesses da maioria das pessoas ou, pelo menos, daqueles que são diretamente afetados pelas dificuldades.
As eleições para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Macapá têm se transformado em uma briga de vale tudo, considerando os interesses e compromissos, a imensa maioria particular e de terceiros, de fora da Instituição, mas importante para os inconfessáveis propósitos dos seus dirigentes.
Nem mesmo as mordomias exageradas de que dispõem os membros da Mesa, principalmente, e os demais vereadores, são diminuídas com o passar do tempo que exige dedicação dos agentes públicos e responsabilidade dos representantes do povo.