Davi Alcolumbre (DEM-AP) venceu a eleição para a presidência do Senado, derrotando o então favorito, Renan Calheiros (MDB-AL).
O amapaense obteve 42 votos no pleito fechado que aconteceu no sábado, dia 2. É a primeira vez que o democrata assume o comando da Casa.
Representante do baixo clero, Alcolumbre tem 41 anos e é comerciante com formação incompleta em Ciências Econômicas.
Ele disputou a presidência do Senado com o aval de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Em seu discurso antes da votação, o democrata disse representar o “novo na política”.
Alcolumbre foi eleito senador em 2015, mas entrou para a política em 2001, como vereador. Em seguida, venceu três eleições para deputado federal, sempre pelo Amapá. Na eleição de 2018, ele chegou a disputar o governo do Estado.
A sessão que conduziu Alcolumbre à presidência começou na sexta-feira, dia 1.º, com intensos debates entre os parlamentares sobre a abertura ou não dos votos.
A oposição a Renan, liderada pelo democrata, conseguiu 50 votos para que a eleição deixasse de ser sigilosa. Foram apenas dois contra. O grupo do emedebista combinou de não participar da votação para não legitimá-la.
Na manhã deste sábado, no entanto, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, decidiu atender ao pedido formulado pelos partidos Solidariedade e MDB e reverteu a decisão. Apesar de mantido o sigilo, alguns senadores revelaram seus votos enquanto iam à urna.
Seis senadores disputaram o comando do Senado: Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (Pros-AL), Esperidião Amin (PP-SC), Renan Calheiros (MDB-AL) e Reguffe (sem partido-DF). Simone Tebet (MDB), Álvaro Dias (Podemos) e Major Olímpio (PSL) retiraram suas candidaturas em apoio a Alcolumbre.
Durante a contagem dos votos, o pleito chegou a ser interrompido por haver uma cédula a mais na urna. Com a polêmica, os membros dos partidos encarregados de fazer a vigilância da votação decidiram anular o processo, sob protestos de parte dos parlamentares.
Reiniciada a eleição, Renan Calheiros tomou a palavra para anunciar sua desistência ao cargo. “Ontem, a maioria teve de judicializar a decisão do Senado. É a primeira vez que isso acontece numa Casa legislativa. Agora, estamos repetindo uma votação que foi anulada, porque um senador colocou uma cédula dentro de outra cédula”, afirmou o senador. Maria do Carmo (DEM-SE), Eduardo Braga (MDB-AM) e Jader Barbalho (MDB-PA) retiraram seus votos em apoio ao emedebista.
A vitória de Alcolumbre foi anunciada por volta das 19h, com 8 votos para Ângelo Coronel, 3 para Fernando Collor, 13 para Esperidião Amin e 6 para Reguffe. Mesmo com a candidatura retirada, Renan Calheiros ainda obteve 5 votos. O mandato tem duração de dois anos.