As mulheres e os homens podem perder muita coisa, mas precisam preservar a sensibilidade e os princípios de humanidade. Nada pode justificar, em quaisquer circunstâncias, medidas tomadas que desprezem o histórico ou a história de uma pessoa ou de uma família, ou de um povo, principalmente quando esta medida é tomada em nome de uma população que o escolheu imaginando ter capacidade para decidir no sentido do bem comum.
As dificuldades que os gestores públicos têm que enfrentar, neste momento, independente do continente, do país, do estado ou da cidade que se propõem a administrar é uma realidade, por isso a administração não pode ser entregue a quem não tenha o mínimo de preparo.
Já foi possível noutros tempos… Mas agora não é. Todos precisam estar preparados para ter responsabilidade nos gastos do que é arrecadado em nome de todos. A fase pode ser até de transição, em que alguns acabam sendo envolvidos por um procedimento e tendo que, por esse procedimento responder. Outros não. Já tiveram tempo para compreender a nova realidade e a necessidade de saber praticar, de acordo com sua sensibilidade, os princípios de humanidade em perder a sensibilidade.
O primeiro ato administrativo para o mandato 2019 a 2022, o governador do Amapá assinou o Decreto 0001, de 2 de janeiro de 2019, criando o Comitê do Controle e Qualidade do Gasto Público (CQG), com o objetivo de, de forma permanente, controlar e monitorar os gastos do Executivo Estadual.
O governador colocou para coordenar o “projeto” o vice-governador do Estado, Jaime Nunes. Segundo o próprio Decreto as adequações visavam controlar e quantificar os gastos públicos, racionalizando os recursos disponíveis, sem prejuízo na atividade de serviços essenciais à população.
Naquele momento o Governo do Estado declarava as dificuldades que negava ter enfrentado no passado recente – exatamente durante o período eleitoral – quando precisava gastar o que gastou para poder se reeleger contando, descaradamente, com a complacência de aliados políticos e auxiliares na administração que despertaram até a desconfiança do vice-governador anterior, o médico João Bosco Papaleo Paes.
Passados, na prática, três meses as medidas prometidas não surtiram os efeitos esperados pela população que foi enganada vendo aqueles que trabalharam na campanha eleitoral sendo exonerados ou tendo os seus contratos de trabalho encerrados, sem qualquer estudo que indicasse que as medidas foram tomadas na linha da justificativa constante no Decreto e nas explicações, dadas naquele dia 3 e que não se confirmaram, mesmo alegando iriam fazer “um grande exercício para identificar as necessidades dos setores”.
Tudo conversa fiada. Nada mudou! Ou melhor, mudou – e como exemplo cito o caso de um cadeirante, de nível superior, que estava trabalhando da Escola de Música Walkiria Lima e que antes, por falar bem francês e espanhol, trabalhava na Secretaria de Estado do Turismo.
O antigo servidor do Estado, deficiente físico desde quando nasceu, cadeirante, músico e professor, entrou na lista da dispensa sem qualquer justificativa, a não ser a de que ele não poderia subir as escadas da Escola de Música Walkiria Lima devido o elevador nunca ter funcionado. O Ismael Carlos Souza Barbosa mora, atualmente, no Bairro Universidade e o vice-governador Jaime Nunes não atende quem quer que seja da família. O Ismael precisa dessa visita.