São inimagináveis as dificuldades pelas quais está passando a população do município de Calçoene, no Norte do Amapá. Com grande parte dos serviços paralisados, empresários, funcionários públicos, agricultores, pescadores e todos aqueles que moram no município são unânimes em avaliar como um dos piores momentos vividos por eles na história recente do município.
Transformado em município em 25 de janeiro de 1956, completou recentemente 63 anos. Com uma população de pouco mais de 10.500 habitantes tem, ainda, na atividade garimpeira um dos setores que mais ocupa mão de obra, não a que tem carteira de trabalho assinada, mas, constituída de pessoas que arriscam a vida para tentar a sorte no garimpo.
O Índice de Desenvolvimento Humano Médio (IDH-M) local em torno de 0,643 indica que o município precisa de melhores condições de salubridade para garantir uma população sadia e com atendimento de serviços básicos de maneira sofrível para regular.
Atualmente o prefeito do município está detido em Macapá, acusado de malversação de dinheiro público e, sem vice-prefeito, pois a prefeita que foi eleita em outubro de 2016 e tomou posse em janeiro de 2017, renunciou ao mandato – o que leva a prefeitura do município a ser comandada pelo vereador presidente da Câmara Municipal.
No momento as vias de Calçoene estão completamente destruídas, com o pavimento comprometido e a capa asfáltica tomada pelos buracos. O serviço de distribuição de água potável está precário e com equipamentos da CAESA com aspecto de abandono, por falta de manutenção. Coleta de esgoto? Apenas com utilização de fossa primária, sem qualquer tratamento, é um fator de risco para a saúde da população.
Já faz algum tempo que a população da sede do município viu ser desativada a agência do Banco do Brasil que funcionava em Calçoene. Agora o prédio está abandonado devido os serviços que o Banco prestava terem sido considerados encerrados. Até o pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS está suspenso, pois, também a Caixa Econômica Federal não tem endereço no município.
Até mesmo a loja da Casa Lotérica que funcionava e atendia bem a população, está com as atividades em processo de desaceleração acentuada e contínua, criando dificuldades para pagamentos de contas de água e energia elétrica. Até mesmo o Caixa Eletrônico do Banco Bradesco que também está instalado na sede do município passa grande parte do tempo “fora do ar” por dificuldades na comunicação de dados.
A internet disponibilizada para a população local é muito precária, prejudicando até as audiências na Vara Única de Calçoene, provocando redesignações de processo devido a dificuldade na comunicação.
Com todos esses problemas o dinheiro, muito curto, não circula em Calçoene e os empresários, mesmo os de lanchonete, padarias e mercearias com alimentos da cesta básica, apresentam grandes dificuldades para serem mantidos.
A população pede, permanentemente, que as autoridades do Estado do Amapá socorram com as medidas simples de restabelecimento do funcionamento de, pelo menos um banco comercial, a melhoria da internet, e a solução definitiva para o caso da prefeitura, pois a situação em que se encontra não dá confiança para o prefeito em exercício desenvolver qualquer programa no sentido de melhorar a condição de vida da população.
O socorro pedido pela população do município de Calçoene é de urgência e pode ser feito com uma ação conjunta de todos aqueles que podem melhorar a qualidade de vida do povo do local.