Rodolfo Juarez

Ainda não foi vencido sequer o primeiro semestre ao atual mandato do Governador do Estado e os problemas já assumem proporções de final de mandato, com ameaça de greves e atraso no pagamento de salário de funcionários do Estado.
Desde a reunião de maio, quando os sindicatos foram informados de que os funcionários não teriam correção salarial, o salário continuaria sendo pago parcelado e que a antecipação do décimo terceiro salário seria de apenas 30% e não mais os 50% como ocorrido nos outros anos, que os representantes sindicais se manifestaram e decidiram que a greve é o caminho para forçar o governo a melhorar o relacionamento com os funcionários.
Esse foi o primeiro e grande choque!
Agora, em junho, os funcionários, agentes de endemias, tiveram que ir pressionar, em manifestação pública, pelo pagamento dos salários, uma vez que o atraso nos pagamentos dos funcionários da categoria que não foram feitos no dia 10 de junho, acumulando dois meses de atraso.
Isso no primeiro ano do atual mandato e antes de vencer o primeiro semestre.
As reclamações devido à falta de pagamento dos agentes de endemias continuam, agora com os prejudicados ocupando as bancadas das rádios. Os servidores dizem-se indignados pelos dois meses que não recebem e justificam as reclamações alegando que na despensa de suas casas já não tem nada para enfrentar a fome e dar disposição para o exercício do que se comprometeram a fazer.
O superintendente do Serviço de Vigilância Sanitária, Dorinaldo Malafaia, afirma que a falta de pagamento se dá pela falta do repasse do que foi planejado no cronograma da Secretaria da Fazendo.
A desculpa do secretário da Secretaria da Fazenda do Estado é que teria havido uma queda na arrecadação do Estado e, por isso, os agentes de endemias não receberam os seus vencimentos.
Na avaliação do sindicato da categoria, a superintendência de Vigilância em Saúde conta com 92 (noventa e dois) servidores, sendo 37 cargos, 4 contratos, 25 efetivos e 26 servidores federais. O total da folha não chega a R$ 150 mil e, por isso, mesmo com queda na arrecadação, não era motivo para atrasar o pagamento de salários dos agentes.
O que se percebe é que falta compromisso com uma categoria inteira que, mesmo não sendo uma das maiores unidades de custos na folha bruta de pessoal, é indispensável para atender às necessidades dos agentes.
O Governador do Estado, quando assumiu para mais esse mandato, prometia não repetir as mazelas dos outros anos, entretanto o que se vê é uma repetição da falta de compromisso com aqueles que movimentam a máquina governamental e todos os dias lutam para que a população receba um serviço de melhora qualidade.