A França é signatária e maior beneficiária da Política Agrícola Comum (PAC), subsídio para a produção rural, que corre risco na atualidade.
A Europa vive, hoje, um socialismo “velado”: a “social democracia”. Altas cargas tributárias, muitos serviços “gratuitos” e uma montanha de subsídios, que não estatizam as propriedades, mas mantém os cidadãos absolutamente dependentes do Estado.
Um destes subsídios é para a produção rural, nos países integrantes do PAC (Política Agrícola Comum), do qual a França é o maior beneficiário.
São 10 bilhões de Euros, por ano, destinados a complementar a renda dos produtores rurais. Chegando, em alguns casos, a 40% do faturamento. Não são raras as propriedades onde o subsídio supera o lucro depois de descontados os pesadíssimos impostos.
Desde 2016, com a vitória do Brexit, a União Europeia prepara-se para perder vários bilhões de Euros, em receita, devido a saída do Reino Unido.
Uma das medidas, apresentada em maio de 2018, antes das eleições brasileiras, era a de cortar os subsídios agrícolas. Proposta que, de imediato, a França tratou como “inaceitável”.
Com a vitória de Bolsonaro e os novos tratados comerciais sendo rascunhados, entre Mercosul e União Europeia, Macron se viu em um “mato sem cachorro”.
O Brasil é o maior gigante do agronegócio e, com uma política de acordos comerciais, considerando a taxa cambial, engolirá a produção francesa.
É como colocar um supermercado de bairro para concorrer com o Walmart.
Para “pregar a tampa do caixão”, Boris Johnson venceu as eleições no Reino Unido, com a promessa de que, até 31 de Outubro, sairá definitivamente da União Europeia, ainda que de forma “selvagem”, e abrirá as fronteiras para além do comércio europeu.
Ou seja, a França está vendo a chegada de um concorrente peso-pesado, ao mesmo tempo em que teve a certeza de uma perda de receita bilionária, que fará os recursos de subsídio minguarem, exatamente quando a demanda tende a aumentar.
Surge, então, um incêndio na Amazônia. Coisa absolutamente comum nesta época do ano e muito menor do que os já acontecidos em outras ocasiões.
Desta vez, porém, o governo brasileiro é de direita e a esquerda, inconformada com a perda do “trono”, começa a fazer o que sabe de melhor: barulho.
Foi a oportunidade perfeita para o bem maquiado presidente francês começar a demonizar a política ambiental brasileira e, assim, pedir sanções que salvariam a sua pele.
No ímpeto de convencer os colegas de UE, recém “chutados” da floresta Amazônica, resolveu aumentar o tom e deu a entender “disposições bélicas” para “garantir a preservação” daquele “patrimônio da humanidade”.
Só esqueceu que a Alemanha já teve uma experiência do que acontece quando se enfia em território desconhecido e lembrando o inverno siberiano, tenha qualquer intenção de encarar o verão amazonense.
Macron está tão preocupado com o meio-ambiente quanto os torcedores brasileiros estão com a final do campeonato coreano de futebol de botão.
O problema do presidente pó de arroz é o dinheiro que vai perder, competindo de igual para igual com o Brasil. Dinheiro, aliás, que aquele país europeu não tem.