O resultado de eleição no Brasil, seja a eleição para escolha de presidente de associação de moradores, seja para escolha do presidente da República, sempre é contestada pelos perdedores que, por todos os meios – e são muitos – procuram motivos para não aceitar os resultados ou fazem questão de dizer que não gostaram daquele resultado e estão dispostos a tudo para desmoralizar o vencedor, ou criar problemas para que sua administração não tenha sucesso.
O interessante é que todos os perdedores, em regra, se dizem democratas, mesmo não aceitando o resultado, por mais transparente que seja o processo e por apresentar melhores condições políticas para governar a associação ou a República.
Consultando o dicionário, lá está escrito que democracia é o governo em que o povo exerce a soberania, e que é um sistema político em que os cidadãos elegem o seu dirigente por meio de eleições periódicas.
Como, por definição, a soberania é do povo, dever-se-ia respeitar a vontade do povo, sem contestação, sem argumentos e, ainda, alinhando seus pensamentos conforme o pensamento do povo. São esses momentos que justificam os limites de mandatos, pois, como é de se esperar, o povo pode mudar de opinião, afinal é o soberano da história.
No Brasil ficou consolidado que os perdedores podem se arrumar em um bloco, que chamam de oposição, e de lá, continuam querendo fazer prevalecer as propostas que já foram rechaçadas nas urnas.
A oposição ignora a soberania do povo e se entrincheira nos blocos e, de lá, continua defendendo as teses que não foram aceitas pelo eleitor durante a campanha eleitoral.
A imprensa, em regra, também é tendente a embarcar na “canoa” da oposição. De lá é mais fácil continuar com sua artilharia, mudando apenas alguns nomes e definindo alvos ocasionais para justificar a sua posição e ainda dizer que não está alinhada com a situação ou a oposição.
A imprensa tem disso: sempre está alinhada, mas nunca reconhece esse alinhamento para poder dizer que é “independente”.
Com as redes sociais, muitos influenciadores digitais, atuando como jornalistas ou financiados por grupos de interesse, escolhem os seus alvos, a partir do princípio de que está em uma democracia e que, por isso, tem o direito de opinar, de divergir e de mostrar o seu ponto de vista.
Acontece que os extremistas, além de serem inconformados, assumem uma cegueira política e imaginam que podem tudo, inclusive burlar a lei, atacar direta ou indiretamente a soberania do povo, que deve ser defendida por todos, mas que, no momento do extremista, ele faz questão de ignorar.
A imprensa, depois da revogação da Lei de Imprensa por não ser recepcionada pela Constituição Federal, não conta com nenhum regulador e, assim, defende-se a informação, mesmo obtida por meios fraudulentos, como possíveis de serem repassadas muito embora afronte soberania do povo, viga mestra da democracia brasileira e que precisaria ser observada por todos.
As confusões são alimentadas no Brasil pelo desrespeito à soberania popular que fez foi obrigada a fazer a sua escolha, e fez.
Os que se alinham na oposição, para enfrentar a situação, defendem teses já descartadas pelo eleitor, mas mesmo assim, em nome da democracia, porém desrespeitando a soberania popular, ela insiste nas teses que foram derrotadas e ainda se organizam, lançam manifestos e enfrentam a situação, em um desperdício de tempo que custa caro para o próprio povo.