O Objetivo é conhecer de perto todas as dificuldades enfrentadas pela Escola
No dia 29 de agosto foi realizada na Escola Estadual Antônio João, localizada no Bairro Santa Rita, mais uma atividade do “Gabinete na Escola”, uma ação da Promotoria de Defesa da Educação do Ministério Público do Amapá (MP-AP), que visa conhecer de perto todas as dificuldades enfrentadas pela escola e cobrar as devidas providências.
Em primeiro momento, a conversa prospectiva foi coordenada pelo promotor de Justiça, Roberto Álvares, para que a comunidade escolar pudesse expor as principais demandas, com destaque aos graves problemas de infraestrutura e falta de acessibilidade.
“Meu filho é deficiente auditivo e eu gostaria de um olhar inclusivo para ele. Eu ficaria contente se a escola pudesse oferecer as linguagens de sinais estrangeiras. Seria bom se ele aprendesse a se comunicar em inglês, francês ou espanhol também”, pontuou o pai de aluno, Rômulo Cavalcante.
Em contraponto, a gestora do educandário, Maria José, informou que a escola passou a ter necessidade recentemente de intérprete de libras e após repassada solicitação à Mantenedora, o profissional fora encaminhado.
“Com a chegada deste nosso aluno, imediatamente fizemos o pedido e atualmente contamos com um profissional capacitado. Como profissionais da educação, lutamos pela inclusão social”, disse.
Os alunos destacaram ainda: necessidade de climatização nas salas de aula, por conta do calor excessivo; barulho perturbador, por conta dos veículos que ali transitam; água do bebedouro que apresenta cheiro e sabor desagradável; limpeza dos banheiros que estão insuficientes; quadros brancos que estão danificados; ventiladores que estão sem funcionamento; entulhos de lixos dentro da instituição; forros que encontram-se deteriorados; odor forte de mofo; janelas quebradas; banheiros abandonados que foram transformados em depósitos; necessidade de reforma da quadra poliesportiva.
Após realizar vistoria nas dependências da escola, a equipe da Vigilância Sanitária da Executiva Municipal (VISA/AP) sugeriu a necessidade de retirada das pias danificadas dos banheiros, para prevenção de possíveis acidentes; colocação de ralos que encontram-se destampados, podendo facilitar a entrada de alguns animais (vetores); extintores de incêndios vencidos; más condições para uso do auditório, por estar com o forro muito comprometido; melhora na limpeza dos banheiros, bem como a colocação de materiais de higiene; detectou ainda que é necessária a instalação de filtros nos bebedouros e pias da cozinha, visto que a água direta da torneira não é tratada, podendo comprometer a preparação dos alimentos para a merenda escolar.

As respostas
A diretora da escola, Maria José, afirmou que: realizará a manutenção dos banheiros e da quadra poliesportiva com os recursos do Programa Escola Melhor (PROEM); a Escola Estadual já passou por adequação de rede elétrica para a instalação das centrais de ar e está apenas aguardando o envio.
A diretora adjunta, Lucila de Moraes, informou que após o acesso aos recursos do PROEM de 2018, foi possível realizar a reforma de 6 (seis) banheiros, limpeza da água e pintura da escola e que já está elaborando solicitação para o ano de 2019. Relatou ainda, que as parcelas para a manutenção da escola estão atrasadas.
A Secretaria Estadual de Educação (SEED/AP) informou que possui cronograma de climatização das escolas, entretanto, não tem como informar a data exata em que será realizada neste educandário, porém, o mesmo está incluído no respectivo cronograma.

O projeto
Um grupo de seis estudantes da instituição está elaborando um projeto com o propósito de zelar pelo ambiente escolar.
“Em uma conversa, decidimos que gostaríamos de deixar a nossa instituição um ambiente mais agradável para todos. Estamos planejando fazer uma horta suspensa para que possamos plantar os alimentos contribuintes para a nossa merenda. Nossos professores e a direção receberam muito bem a nossa ideia e estamos esperando para dar o primeiro passo “, explicou o aluno Railson Silva.
“Percebemos que a instituição apresenta uma boa estrutura física; no entanto, há muitos problemas de relacionamentos intrapessoais, o que dificulta o melhoramento da gestão, e consequentemente, a qualidade do ensino. Também percebemos que por força do calor e 8 (oito) banheiros em desuso, isto somado à falta de climatização e um adequado sistema de acústica nas salas de aula, torna prejudicial a relação ensino e aprendizagem, tanto para o professor quanto para o aluno. Iremos fazer nossa parte para que tenhamos alterada essa realidade, no tempo mais breve que pudermos conseguir”, concluiu Roberto Álvares.