Por 9 x 0 a Câmara de Vereadores de Calçoene cassou o mandato do prefeito afastado Jones Cavalcante

A Câmara de Vereadores de Calçoene cassou o mandato do prefeito afastado desde o começo do ano, Jones Fábio Cavalcante, por suspeita de desvio de dinheiro público.
A sessão aconteceu nesta sexta-feira, dia 29 de novembro. Calçoene fica no norte do Estado do Amapá e passa por muitas dificuldades devido a instabilidade política que foi criada desde a renúncia da vice-prefeita e o afastamento do prefeito do município de suas funções.
As investigações no legislativo tiveram como base as irregularidades apuradas na Operação Sangria, do Ministério Público do Estado do Amapá, que detectou fraude na contratação de obras, serviços e compra de produtos.
O prefeito foi denunciado à Justiça pelos crimes de peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e organização criminosa. Esses mesmos crimes constaram do relatório de cassação aprovado pela Câmara de Calçoene na sexta-feira.
Jones já estava afastado do cargo por decisão judicial, dentro de uma das ações de improbidade em que ele é réu. O município é administrado desde então pelo presidente da Câmara, Júlio Sete Ilhas.
A assessoria jurídica da câmara informou que na próxima semana será feito o comunicado oficial à Justiça sobre a decisão. Apesar das tentativas, a redação do Jornal Aqui Amapá não conseguiu contato com defesa do prefeito.

Prisão de Jones Cavalcante
Em março, em consequência da Operação Sangria, deflagrada pelo MPE, foram presos, cautelarmente, o prefeito, secretários municipais, empresários e outros servidores públicos. Depois de dois meses presos cautelarmente, todos foram libertados.
A denúncia feita contra o prefeito e os demais indiciados, apontava para um esquema que funcionava com a alteração de documentos oficiais e o pagamento de contratos de serviços que não eram prestados.
O Ministério Público Estadual fez a denúncia apontando que os contratos envolviam pagamentos de obras, serviços e compra de produtos para beneficiar empresas, que depois de receber os recursos, devolviam parte do dinheiro pago pelo suposto serviço prestado como propina.
Numa das provas apresentadas pelo MP sobre o caso, um vídeo de câmeras de segurança mostra a secretária de Administração de Calçoene recebendo dinheiro de propina. A mulher foi acusada de ser intermediadora do esquema.