Rodolfo Juarez

Sábado, 21 de março de 2020, Macapá, capital do Estado do Amapá, no Norte do Brasil, na margem esquerda do rio Amazonas, com mais de 500 mil habitantes, parou.
Unidades industriais, comerciais (exceção para a cadeia de alimentos e de remédios), de serviços, autônomos, serviço público (exceção para a segurança pública e serviço médico), não funcionaram e a imensa maioria da população, atendendo às orientações das autoridades gerenciais e sanitárias, ficou em casa.
Mesmo assim foram registrados, como exceções para confirmar a regra, comportamentos marginais, por aqueles que estão sempre dispostos a descumprir regras comuns, alegando que têm livre arbítrio, direitos previstos na Constituição Federal, como o de ir e vir, além daqueles que, por consciência (ou inconsciência) sempre estão do lado contrário da corrente principal e mais importante para todos.
As ruas, praças e parques vazios foram a resposta de uma população que está disposta a afastar o perigo da contaminação em massas pelo novo coronavírus, achatando a curva de contaminação e evitando um caos maior que obrigaria profissionais de saúde escolher quem vai ou quem não vai morrer.
Os idosos (acima de 60 anos), os que estão acometidos de doença crônica, ou são diabéticos, ou hipertensos, estão nos respectivos grupos de riscos, entretanto as informações mais recentes dão conta que nenhum grupo etário, ou em perfeita saúde, está imune às agressões do novo coronavírus.
São registrados, entretanto, comportamentos completamente fora do trilho de alguns veículos e comunicação e profissionais de imprensa, que insistem na manutenção de ficar fora da corrente da imensa maioria que quer ver a população brasileira e a população amapaense fora do risco de morte devido à pandemia, conforme classificou a Organização Mundial de Saúde.
Nesse momento, em que as pessoas, inclusive aquelas que há tempo não ficavam em casa por um dia inteiro, estão atentas às notícias, não podem ser enganadas por esses veículos ou por esses arrogantes jornalistas que, olhando só para o seu próprio umbigo e ignorando o que interessa à população, alimentando intrigas pessoais ou de grupos, tiram conclusões equivocadas, e colocam as suas ideologias (seja qual for) e interesses acima do interesse coletivo.
Estamos em um momento que a população precisa de orientações e quem não as têm para dar, precisa calar e esperar o tempo em que tudo esteja calmo, que o ambiente permita separação de pessoas conforme grupo de interesses e o exercício do livre arbítrio e dos seus direitos constitucionais ou legais, para voltar a opinar.
Esses grupos que estão no mercado e os próprios jornalistas que aderem ao individualismo precisam deixar de agir como animais irracionais. Todos precisam praticar a solidariedade, cultivar a informação necessária para que ela nasça pura e verdadeira. Aquelas pessoas ou instituições que têm necessidade de mostrar que é “do contra”, inclusive contra ele mesmo, esperem um pouco. Deem uma chance para o interesse geral e a solidariedade.
Não é porque dispõem de um parque jornalístico, alguns construídos com inconfessáveis “negócios”, ou da internet e as redes sociais, disponibilizadas pela inovação tecnológica, que vamos mostrar que não temos alma ou interesse no bem comum, divulgando matérias falsas e propondo comportamentos que desunem.
Que, nesse momento, por esta vez pelo menos, todos entendam a gravidade do momento e todos, sem exceção, contribuam para diminuir os riscos de morte e as consequências para a vida.