Rodolfo Juarez

A população de Macapá, como de resto de todo o Estado, está assustada com o cenário que foi construído por parte da imprensa e das redes sociais, em nível nacional e que chega filtrada pelos interesses, às vezes escusos, de pessoas que dão a impressão que querem adotar o caos como referência.
Ninguém tem o conhecimento perfeito do novo coronavírus ou o suficiente para propor uma instrução que seja a melhor. Todos, mesmo os leigo, se baseiam em conhecimentos científicos ou empíricos para dar a sua opinião sobre um assunto que ninguém ainda conhece direito.
É claro que os estados com maior população no Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros apresentam o maior número de confirmação e de suspeitos de estar contaminados, e os de menor número de habitantes, como é o caso do Amapá, um número menor, mantendo a média histórica.
Muito embora essa situação não sirva de alento para a população local ou de desculpas para as autoridades sanitárias, aqueles por confiar na sua imunidade em decorrência do habitat onde mora e, estes, por não dar conta, sequer, das rotinas de saúde e, com mais dificuldades, com o incremento de pacientes infectados pelo coronavírus.
O fato é que todos têm que cuidar para melhorar a higiene e incorporar esse “exagero atual” na sua rotina “de sempre” e, quem sabe, permanecer com esse comportamento daqui em diante.
Não servem de exemplos aqueles que majoraram o preço dos produtos eficazes indicados na prevenção, principalmente. Estes não estão compreendendo o que está acontecendo e, certamente, terão problemas, no futuro, para resolver com o seu próprio, agora cliente, que apontará o endereço do inconsequente como aquele a ser evitado.
As dificuldades locais são maiores que as de outros centros. A disponibilidade de leitos sairá caro para o contribuinte que já pagou várias vezes esses leitos hospitalares e não conseguiu tirar proveito, isso por vários motivos, mas um se destaca e se mostra como uma verdadeira desgraça – a corrupção.
A população do Estado do Amapá tem sido maltratada e mal atendida, quando precisa dos serviços de saúde pública. E não é por desconhecimento da realidade ou inapetência dos profissionais, mas pelo tratamento que é dado ao setor de saúde no estado, onde os ambientes hospitalares e as condições de trabalho não têm sido prioridade para o Governo do Estado.
Mesmo nesse momento, quando há grande apelo pela saúde pública, os gestores parecem que têm dificuldades para tomar iniciativa, ou não se preocupam em alinhar o que falam com a realidade. Os problemas do dia a dia já seriam suficientes para grande preocupação. Imaginem agora com esse aditivo imposto pelo coronavírus.
Até mesmo os materiais que são exaustivamente indicados como necessários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus não são disponibilizados nas próprias casas de saúde administradas pelo Governo do Estado. Apenas como exemplo, o álcool gel a 70% sugerido para a desinfecção das mãos, não é oferecidos, sequer para os profissionais de saúde. Os enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos de enfermagem, estão usando álcool impróprio para a limpeza das mãos. Esta situação está provocando alergias, com coceiras que transformam a pele das costas das mãos daqueles profissionais e preocupação aos pacientes e acompanhantes.
As máscaras são as mesmas, sem a segurança recomendada, e por várias razões, entre as quais a impossibilidade de troca a cada 4 horas.
Os gestores do município de Macapá fazem um grande esforço para melhorar o atendimento nas unidades básicas de saúde mas, para atender às exigências atuais, em tempo de coronavírus, não tem dado conta.