O Ministério Público Federal (MPF) instaurou investigação criminal ontem sobre as circunstâncias do naufrágio do navio Anna Karoline III, que ocorreu na madrugada do sábado (29), no Rio Amazonas, na região Sul do Amapá, e deixou 22 mortos.
A Procuradoria quer apurar se houve descumprimento de normas básicas de segurança aquaviária, como sobrecarga e irregularidades no número e local de armazenamento dos coletes salva-vidas da embarcação.
Em nota, o MPF registrou que pediu informações sobre a documentação do navio e de seus responsáveis à Capitania dos Portos, à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e à empresa de navegação Erlon Rocha Transporte Ltda.
Além de apurar as circunstâncias do naufrágio, que podem indicar a ocorrência de infrações penais, o órgão vai investigar “provável atentado contra a segurança do transporte fluvial”.
O navio Anna Karoline III saiu do Porto do Grego, em Santana (AP), na sexta-feira dia 28, às 18h, com destino ao município de Santarém, no Pará, onde deveria chegar às 6h de domingo, dia 1.º de março.
No entanto, pouco antes das 5h da manhã de sábado, a embarcação de porte médio afundou próximo à localidade conhecida como Boca do Rio Jari, região sul do Amapá, a 290 quilômetros de Macapá.
Mais de 50 agentes trabalham na ação realizada na região onde o B/M Anna Karoline III afundou, entre policiais militares e bombeiros do Amapá e do Pará, além de integrantes da Marinha. O efetivo conta com 18 mergulhadores, 9 do Corpo de Bombeiros do Amapá e 9 do Pará.
Duas centrais de acolhimento e apoio foram montadas no Amapá após o naufrágio, uma em Santana, no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), e outra em Macapá, na sede da Politec, onde há identificação dos corpos. Ambos os centros contam com assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros, diz o governo.