Rodolfo Juarez

Do alto dos meus quase 74 anos de idade tenho observado a ação de uma geração de políticos, dirigentes e jornalistas completamente despreparada para enfrentar uma situação urgente e exigente, que mesmo tendo a sua origem ou nascedouro no continente asiático, por causas até agora desconhecidas.
Sabe-se que tudo começou na China, um país com mais de um bilhão e quatrocentos milhões de habitantes, vivendo em um território de 9.572.900 km2, o que dá uma média de 146 hab/km2, com grandes concentrações populacionais em algumas regiões.
Foi em uma dessas regiões, aquela onde está situada a cidade de Wuhan, a origem da pandemia de Covid-19 que, após dois meses de quarentena, os 11 milhões de habitantes do município chinês, já estão tendo acesso a lojas e shopping.
Ninguém pode esquecer que a República Popular da China, que compreende a China continental, a ilha de Hainan e algumas ilhas do Mar da China Meridional, é uma república socialista dirigida por um único partido, o Partido Comunista da China.
As eleições na China são baseadas em um sistema eleitoral organizado de forma hierárquica, no qual o Congresso do Povo de cada local é eleito por meio de voto direto. O Presidente da China e o Conselho de Estado são eleitos pelo Congresso Nacional do Povo, constituído por 2980 pessoas. O regime não é democrático.
O Brasil, com mais 210.000.000 de habitantes, nos limites de uma área de 8.514.876 km2, e com uma densidade média de 24,66 hab/km2, dois meses depois de conhecer o que vinha acontecendo na China, ainda se atrapalha para executar um programa que atenda a expectativa de todos.
Ao contrário, o que está acontecendo no Brasil atualmente é uma disputa irresponsável dos dirigentes atuais, por cargos públicos no futuro. Uma briga inventada para medir força, instalada pela irresponsabilidade daqueles que deveriam ter cuidado com o que falam e o que fazem.
Em um cenário em que todos parecem querer “mamar na teta” da União, onde enxergam a solução para os seus próprios problemas.
Dá a impressão que querem se aproveitar do momento, em que vislumbram uma oportunidade de exercitar modelos gerenciais inconfessáveis e se valer de um momento extraordinário para a população, a principal sacrificada, para medir força, ou mostrar que têm força no cargo que lhe foi dado pela mesma população que o elegeu para ser mandatário dos seus interesses.
O serviço de saúde oferecido aos brasileiros, por estes mesmos que estão baixando decretos para manter a população em casa, discriminar os idosos, principalmente os de saúde frágil, sob um argumento que não tem qualquer certeza.
Nesta queda de braço entre os políticos, as empresas de comunicação descobriram um veio de ouro que exploram, sem escrúpulo ou ética, no sentido de abastecer suas próprias contas bancárias, contaminando as informações e conduzindo jornalistas amadores e profissionais a se alinhar com esse ou aquele pensamento, tendo em troca um reforço na receita ou, caso contrário, ser alijado do processo.
O modelo nacional contaminou os modelos estaduais e municipais e transformou a informação em desinformação e a notícia verdadeira em notícia falsa, confundindo a população que precisa ficar atenta para não ser iludida, nem lograda.
Mesmo com todo esse comportamento reprovável, a criatividade e a irresponsabilidade dão a impressão que não chegaram ao limite, e os seus animadores continuam fustigando, esquecendo o principal objetivo da notícia, e atuam usando o exagero e a maneira que interessa a cada qual, sabendo que o objetivo é “se dar bem”.
Nem mesmo os mais experientes comunicadores escaparam. Foram contaminados e cambaram para o lado mais fácil e estão se afundando até o pescoço juntos com aqueles que dizem proteger.