Josiel Alcolumbre – Jornalista
DRT- 0000399/AP

As dificuldades que o povo macapaense passa na atualidade, desde quando o novo coronavírus – um inimigo desconhecido e invisível – chegou para tomar conta de todas as atenções e se tornar a maior e mais marcante etapa da história da cidade, desde a sua fundação, em 4 de fevereiro de 1758 até os dias de hoje, há 262 anos daquele momento, quando Macapá foi emancipada.
Não resta dúvida que a população macapaense enfrentou outras epidemias, como a febre tifoide, a malária e outras de igual poder de ataque à saúde das pessoas.
Mas desta vez foi demais. As consequências são famílias enlutadas, a população temerosa e os gestores, apesar de fazerem o que podem fazer, reconhecem que não puderam fazer o suficiente para evitar tantas mortes e tantas perdas precoces.
A fé que está impregnada na maioria da população tem sido o refúgio adotado para o enfrentamento à doença e que se torna uma das armas para ser empunhada no enfrentamento do vírus, cada vez mais inimigo e cada vez mais perigoso.
Não sei como vai ser a recompensa por tanto choro, por tanta lágrima derramada, por tanto sofrimento; o que sei é que estamos vendo que, apesar disso, há um povo disciplinado, que acredita poder contribuir na verdadeira “guerra” iniciada para que, ao final todos possam juntar os “cacos” e recomeçar recuperando a alegria que sempre foi marca registrada do bravo povo macapaense.
A população deste município já deu provas da sua força, levantando como a fênix, em outros episódios que desafiaram o sofrimento de muitos: como a queda do avião monomotor, na localidade de Carmo do Macacoari, quando três importantes autoridades de então perderam a vida; o naufrágio do Barco/Motor Novo Amapá, quando centenas de vidas foram perdidas no mesmo dia; e, mais recentemente, o naufrágio do B/M Ana Karoline III, com mais de meia centena de passageiros que morreram afogados.
Desta feita o ataque, apesar de se mostrar indiscriminado, tem mostrado preferência em atacar os mais velhos ou os que têm a imunidade prejudicada. Mostra-se, assim, um covarde, não só por ser letal contra os mais fracos, mas também por ter a certeza que ainda não tem uma defesa à altura.