Rodolfo Juarez

No próximo dia 1.º de outubro está marcada a eleição presencial para escolha do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amapá – Crea/AP, como também os dirigentes da Mútua/AP – Caixa de Assistência dos Profissionais dos Crea/AP. Os cargos que serão disputados pelos profissionais não remunera os eleitos e, mesmo assim, há uma incrível energia que alimenta a vontade de continuar no cargo de todos aqueles que até agora foram eleitos e reeleitos.
Enquanto isso o chamado Sistema Confea/Creas que, através das eleições tem o propósito de arejar a administração dos órgãos daquele sistema acaba criando grupos que lutam para permanecer nos cargos e, com isso perdendo o sentido fundamental da troca de administradores em busca de resultados que funcionem, através dos profissionais, na integração com a sociedade.
O desprestígio dos conselheiros federais deixa-os à mercê de avaliações errôneas, que são justificadas pela fraca presença das autoridades administrativas das engenharias locais no bloco que indica e pratica o processo de decisão.
O sistema como um todo anda abalado por erros sucessivos e que dá para perceber os rachas havidos entre aqueles que precisariam estar unidos, não só para terem tempo de pensar o sistema, mas para não cair no descrédito da sociedade que sabe ser importante a participação do engenheiro.
Aqui no Estado do Amapá, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea/AP anda manquitolando por razões das dificuldades financeiras que encontra para manter a presença social da entidade como um dos órgãos de confiança social.
As divisões, nesse momento de eleição estão extrapolando todas as medidas e empurrando para o desinteresse todos aqueles que percebem desvio de finalidade nas ações que interessam para o Estado. Aliás, que, com relação ao Estado, o Crea/AP não consegue inserir-se para dar qualquer opinião. As próprias entidades que indicam os candidatos a dirigentes e conselheiros estão desanimadas, com restrita participação de profissionais, muito embora isso até pareça o modo mais eficaz de manter o poder quando afasta os profissionais das entidades.
Mesmo com a pandemia provocada pelo novo coronavírus o Crea/AP manteve-se “na caixa”. A impressão que se tem é que não houve tempo aos dirigentes do Confea e dos Creas refletirem sobre esse momento especial.
Aqui no Amapá o Crea foi ignorado ou fez-se ignorar na busca de solução para os problemas que poderiam ser resolvidos com aplicação do conhecimento dos engenheiros na participação do desenvolvimento de equipamentos de proteção individual, ou de equipamentos de respiração, competência que os engenheiros têm e poderiam aplicar na cooperação no processo de contribuição para o sistema de saúde.
Mais uma vez as eleições estão aí para serem realizadas. Os erros estruturais são os mesmos de outros pleitos, administrados por uma Comissão Provisória tanto para eleição do Confea, como para a eleição dos Creas. Os conselheiros federais, por exemplo, são em número menor que o número de Estados, enquanto que, por exemplo, na Ordem dos Advogados do Brasil, são 3 por estado.
Outro número que preocupa no Amapá é a abstenção, que supera 50% e, por isso, dos mais de 1.000 engenheiros e agrônomos com atuação no Estado do Amapá, em torno de 500 comparecem para votar.
Os próximos dirigentes, do Confea e do Crea, precisam ter novos rumos para apresentar à sociedade. Caso contrário, a exemplo do Amapá, a dívida do sistema vai aumentar para com a população amapaense.