Rodolfo Juarez

Aos poucos vamos conhecendo os candidatos ao cargo de prefeito de Macapá, capital do Amapá, com um colégio eleitoral de 292.718 eleitores, uma abstenção alta, como alta é a soma dos votos nulos, o que não acontece com os votos em branco.
Em função desses três parâmetros (abstenção, votos em branco e votos nulos) o total de votos nominais para prefeito sofre um abate em torno de 21%, ou seja, do total de eleitores habilitados para votar em 2020, em torno de 61 mil votos são desperdiçados com a ausência do eleitor e com os votos dos presentes que são anulados ou o eleitor vota sem escolher o candidato (voto em branco). Sobram então 231 mil votos para ser dividido entre os concorrentes.
Na hipótese dos prováveis 231 mil votos válidos para um candidato vencer a eleição no primeiro turno, serão necessários em torno de 116 mil votos para um candidato vencer a eleição no primeiro turno, ou seja, mais da metade dos votos válidos. Se assim não for, o primeiro colocado vai disputar com o segundo colocado, o cargo de prefeito em um previsto segundo turno.
Vale lembrar que nas eleições de 2012, no primeiro turno o número de votos válidos passou de 204 mil, enquanto que, em 2014, também no primeiro turno, o número de votos válidos também passou de 213 mil, por isso parece razoável que, em 2020 se projete um total que não passa de 231 mil votos válidos no primeiro turno.
São muitos números mas que é importante para aqueles que planejam as campanhas dos candidatos e, no momento, ainda tem que levar em consideração os efeitos da covid-19, provocados pelo novo coronavírus. Até agora, principalmente aqueles que perderam parentes próximos, ainda estão com forte precaução quando o assunto é aglomeração e essa realidade pode inibir o comparecimento do eleitor no local de votação.
Os organizadores das eleições municipais ainda não conseguiram ao que parece, uma fórmula que transmita ao eleitor segurança para ir até o seu local de votação. Esse é um fator inibidor que pode aumentar a abstenção e diminuir a quantidade apurada de votos válidos no dia 15 de novembro.
Na última eleição, ocorrida em 2016, o candidato Clécio Luis concorria com os demais candidatos no cargo, buscava a reeleição, o que pode ter possibilitado uma vitória folgada, no segundo turno de votação do candidato à reeleição que obteve 60,50% dos votos válidos. Uma vitória folgada com mais de 21% de diferença para o segundo colocado; bem diferente do apurado em 2012 quando a diferença foi de apenas 1,18%.
Essas considerações são válidas para que os coordenadores de campanha percebam as dificuldades que são colocadas para um candidato que pretende vencer a eleição para prefeito, independente do arranjo político feito ou o histórico dos candidatos ou partidos.
Daqui até o dia 16 de setembro vamos conhecer todos os candidatos a prefeito de Macapá em 2020. Em 2012 foram 6 os candidatos: Clécio Luis (Psol), Roberto Góes (PDT), Cristina Almeida (PSB), Davi Alcolumbre (DEM), Genival Cruz (PSTU e Evandro Milhomem (PC do B). Em 2016 foram 7 candidatos: Clécio Luis (Rede), Gilvam Borges (PMDB), Aline Gurgel (PR), Promotor Moisés (PEN), Genival Cruz (PSTU), Rui Smith (PSB) e Dora Nascimento (PT).
Refletir sobre esta recente história e projetar essa reflexão sobre o momento atual, é fazer um exercício interessante com o processo político no centro das tomadas de decisão do eleitor.