Rodolfo Juarez

Desde o dia 3 de novembro que 13 dos 16 municípios do Estado do Amapá experimentam um apagão por falta de atendimento aos procedimentos técnicos, absolutamente necessários, a qualquer tempo, quando operado um sistema de distribuição de energia.
As precauções obrigatórias não foram tomadas pelas empresas que têm a incumbência fazer a distribuição de energia elétrica e, ainda ter alternativa quando de qualquer problemas que implique no sistema e, certamente, com os consumidores que não tiveram tempo para nada e, também, não sabiam dos problemas por quais passavam a empresa que, junto com a CEA, assumiam a responsabilidade com o Operador Nacional do Sistema.
A Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, a principal interlocutora com os consumidores, ainda se mantém pendurada na função de distribuidora de energia, pela negligência do Operador e do Governo do Estado que tem demorado e pouco se interessado pela solução do problema.
Há mais de 4 anos que a Eletrobrás aplicou a caducidade no contrato com a CEA, encerrando a sua responsabilidade de concessionária, mas o “jeitinho” acabou por achar uma condição em que a CEA continuaria fazendo a distribuição de energia no Amapá, agora na condição de “prestadora de serviço”, impondo, ao Governo do Estado, principal acionista da estatal, condições que não poderiam ser aceitas, mas que foram impostas “goela abaixo”.
É por causa dessas imposições que o comando da CEA não rende obediência ao Governo do Estado, mas, diretamente à Eletrobrás que deixa para os acionistas, o Estado do Amapá e os municípios de Mazagão, Macapá, Amapá, Calçoene e Oiapoque, “organizar” o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal.
Não era de conhecimento público que uma terceira empresa, ou algumas terceiras empresas, em cooperação com a CEA, trabalhavam dentro do sistema.
A Eletronorte há muito não tem confiança na Companhia de Eletricidade do Amapá e, na conjuntura atual pouco, ou nada, coopera para que sejam desenvolvidas ações no sistema que possam melhorá-lo ou dar-lhe segurança.
A constatação ocorreu nesse episódio que já vai para 3 semanas e que atingiu, “de morte” o setor econômico e de saúde, entre outros, no Estado do Amapá e que, inclusive, implicou na suspensão das eleições no maior colégio eleitoral do Estado.
Agora se fala, nos corredores, na aceleração da privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá, pois, na atual condição de prestadora de serviço não atende às exigências técnicas e comerciais de uma empresa que possa dar segurança para os habitantes amapaenses que pagam uma tarifa de energia incompatível com a condição de geração, em superávit, de energia limpa.
Os amapaenses consomem em torno de 260 megawatts de energia e a quantidade gerada, apenas nas três hidrelétricas do rio Araguari, chega a 519 megawatts, mas, das três hidrelétricas é distribuída apenas a energia gerada na Usina Coaracy Nunes, com nominal de 70 megawatts, o restante é fornecido pelo Operador Nacional do Sistema, o que nos leva a pagar uma das tarifas mais caras de todo o Brasil.