A comissão mista destinada a acompanhar a execução orçamentária do governo no combate à covid-19 se reuniu, de forma remota, na sexta-feira, dia 11.
Na pauta contava a oitiva do ministro Paulo Guedes que, depois de um discurso em que apresentou vários números da economia, o ministro respondeu uma série de perguntas de deputados e senadores.
O relator da comissão, deputado Francisco Júnior, pediu uma avaliação do ministro sobre as ações do governo federal no combate aos efeitos da pandemia do coronavírus. Ele ainda questionou as medidas que o Ministério da Economia pretende adotar para o período pós-pandemia.
Em resposta, Guedes admitiu que é difícil fazer uma autoavaliação, mas disse que a centralização de várias ações no Ministério da Economia permitiu uma agilidade maior do governo nas respostas à crise da covid-19. Ele afirmou que o Brasil não perdeu empregos formais, já que a perda foi recuperada com a criação de outros empregos. Em outubro, informou o ministro, foram criados quase 400 mil empregos. Na opinião de Guedes, outro acerto foi o auxílio emergencial.
— O valor de 600 reais deu um empurrão na economia, embora com um fôlego menor. Agora, vai acabar o auxílio, mas economia está voltando em ‘V’ — declarou o ministro, que ainda pediu a construção de um clima de união e paz no país.
Na visão de Guedes, os gastos do governo não vão salvar o país no pós-pandemia. Ele disse que o gasto público não pode ser visto como uma solução. Segundo o ministro, o controle dos gastos previdenciários e do serviço público pode ajudar no equilíbrio das contas.
Guedes definiu a indexação como “burrice” e “erro”. Ele ainda apontou novo marcos regulatório e avanços no pacto federativo, além de incrementos em programas sociais, como medidas importantes para o país, a partir do fim da pandemia.

Auxílio e vacina
O senador Izalci Lucas defendeu mais atenção do governo com as pequenas e micro empresas, responsáveis por mais de 90% dos empregos no país. Izalci quis saber do ministro quais os efeitos esperados sobre a atividade econômica com o fim do auxílio emergencial. Na mesma linha, o deputado Felício Laterça também quis saber quais ações o governo pretende tomar em atenção às parcelas mais vulneráveis da população.
De acordo com Paulo Guedes, a vacinação em massa ajudaria em uma retomada sustentável a partir do ano que vem. Ele disse que o governo sabe que a questão é importante e afirmou que não será por falta de recursos que o país não terá vacina. O ministro calculou que 200 milhões de doses custariam cerca de US$ 4 bilhões. Guedes reconheceu que a inflação está mais alta que o previsto, mas minimizou o efeito do índice de pouco mais de 4%, previsto para 2020.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, na comissão mista que trata dos investimentos no combate à pandemia.