Rodolfo Juarez
Não parece razoável o comportamento de parte da população macapaense que teima em arriscar a vida facilitando a transmissão do coronavírus, desconsiderando a necessidade de evitar as aglomerações e o afastamento recomendado de metro e meio, além do uso de máscara.
Parece também que as autoridades sanitárias seguem um padrão, ou como eles preferem chamar, um “protocolo” que não tem a credibilidade da população, pois não obedecem ou conhecem as recomendações que deveriam ser seguidas para que houvesse a contenção do vírus, do qual não se conhece muita coisa.
Já faz um ano que isso acontece e os responsáveis continuam baixando portaria que ninguém obedece, ou obedece como faz de conta, publicando boletins diariamente, anunciando as mortes de pessoas ocorridas dias antes e, dizem, “com a confirmação só agora”.
Essas medidas – portarias, boletins, número de mortos –, só servem para assustar a população que anda apavorada com tudo o que é dito sobre a Covid-19.
Não adianta minimizar, ignorar ou justificar: as pessoas são parte importante nesse cenário. Sem o convencimento delas, vão continuar caminhando no rumo errado.
É preciso modificar o tipo de comunicação com povo. Manter um modelo que não está dando certo é agir com falta de inteligência, imprudência, e incapacidade de gerenciar uma questão sanitária, entre tantas que temos nos municípios amapaenses.
Que tal experimentar mudanças na forma e intensidade de se comunicar com a população?
É preciso deixar de seguir o modelo nacional, que também não está dando certo. Eles têm problemas outros para resolver.
A prática de seguir os modelos adotados em outras regiões, outros estados e outras cidades está colocando uma viseira na cabeça dos administradores e os replicadores do processo, fazem o mesmo.
Não há reação desses dirigentes que vêm perdendo cada uma de suas lutas para a doença e aceitando o resultado como normal, colocando a culpa nas pessoas daqui como se elas não tivessem medo de nada. Esquecem que as pessoas precisam de orientação, precisam de informação, aquelas mesmas orientações que as autoridades e parte da imprensa local faz questão de negar.
Será que é preciso ter um horário obrigatório, como o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, pago com o dinheiro do orçamento público, para que o contribuinte receba orientações diárias e frequentes para entender o que deve fazer?
Se isso for preciso que se faça!
O horário político na TV e no rádio é um dos principais motivos de definição de votos na eleição, porque não se pode explorar esse modo de divulgação também para o caso da Covid-19?
Se for caso de vida ou morte, como as vacinas, que levam para autoridades daqui do Amapá a viajar para tirar fotos ao lado de caixas fechadas ou de caminhões saindo, porque não comprar esses horários no rádio e na televisão para fazer debate, divulgar pesquisas de satisfação ou organizar debates com a finalidade de esclarecer a população?
O povo precisa disto e de competência dos seus dirigentes. Como está não pode ficar.
Até agora a culpa da transmissão da doença segue o mesmo “protocolo”, mesmo que não esteja dando certo, mesmo que não esteja sendo aceito pela população que, inocentemente se arvora em participar de aglomerações, permanecer nelas sem máscara e não mantendo o distanciamento.
Vamos acordar, gente. Chega de esperar apenas pela vacina! A vacina, seja qual for, tem custo agregado muito maior do que um eventual programa de convencimento social.