Rodolfo Juarez
Mais uma vez vou tratar da questão da falta de inspiração do governador e do prefeito no momento em que forçam a paralisação dos fatores que movem a economia do Estado do Amapá.
Certamente o governador e os secretários da área econômica estão confiando nas arrecadações que não são feitas no Amapá, mas nas transferências obrigatórias que a União tem em fazer para alimentar as necessidades da população local, engordando o orçamento do estado, com índices que alcançam mais de 70%, ficando para a máquina do Estado 30%, a cada ano, para pagar funcionários e melhorar a infraestrutura.
Até agora, mesmo com a contribuição de tão significativa parcela para o bolo orçamentário todos os anos, aqueles operadores do setor econômico do lado público, ainda estão confiantes que vão continuar assim. Estão estrangulando a economia amapaense como se estivessem estrangulando o próprio orçamento.
Do outro lado os principais agentes do setor econômico, os empresários, já estão esperneando dentro dos seus estabelecimentos, por não ver uma luz no fim do túnel se continuar esvaziando as reservas, deixando de pagar as dívidas e perdendo o crédito para que os fornecedores continuem abastecendo, com insumos, os manejadores dos sistemas do comércio, de serviços, das indústrias e dos empreendedores avulsos.
Sempre houve harmonia entre os que produzem e os que cobram os tributos. Desta vez está claro que os que cobram os tributos estão vorazes por este lado e, quando consultados por agentes de outros setores públicos, aconselham a prender, enjaular, levar para o cárcere, aquele que paga os impostos e entende que não estamos em um regime de estado de sítio no Brasil.
Os comerciantes, principalmente, aqueles que foram obrigados a baixar as portas por causa do lockdown estão, no mínimo irritados, não sabem a quem se reportar, de quem pegar uma orientação para contribuir ou para defender a população desse momento de grave crise sanitária.
Mandar quem trabalha todo dia ficar em casa é o mesmo que mandar os bombeiros voltarem quando são enviados para resolver ou minimizar uma tragédia.
Para os donos das vidas salvas pelos bombeiros estes se tornam heróis do salvado e da população. Não há como negar!
Para esse momento, está claro que a ação dos empresários é como a ação de bombeiros em um soterramento, em um deslizamento ou qualquer outro fenômeno.
O fenômeno agora é a covid-19. E quem são os bombeiros? Os médicos, os paramédicos, somente?
Não. Os bombeiros são os empresários, aqueles que podem manter a atividade econômica girando, produzindo, vendendo e pagando tributos para a União, o Estado e o Município.
Em favor de quem?
Do povo. Dando emprego à parte mais fraca do conjunto que passa por dificuldades.
Os decretos não salvam ninguém, mas deixam a população irritada, os trabalhadores sem trabalhar e, também, sem contribuir para o combate ao mal alegado.
Experimentem colocar os empresários nas rodadas de negociação. Eles indicarão, não um, mas vários caminhos para melhor enfrentar o vírus… E não aprovariam o lockdown.