Expectativa é avançar nos trabalhos dos lotes 2 e 3 norte até agosto e o lote 4 sul, com o apoio do Exército, ainda este ano, tão logo acabe o período de chuvas na Amazônia.
Em audiência virtual realizada no final da tarde do dia 16, parlamentares do Amapá reuniram-se com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), general Antônio Leite dos Santos Filho, para uma retrospectiva das ações já implementadas bem como para traçar um plano de trabalho para retomar a construção da BR 156, uma obra que é fundamental para o Amapá e que, contraditoriamente, é uma das mais antigas em execução no país.
Davi disse que, há 15 dias, esteve no ministério da Infraestrutura, acompanhado do prefeito de Laranjal do Jari, Márcio Serrão, também interessado na execução da obra, exatamente para pedir que o governo federal priorize a BR 156.
Para compreender o significado da BR 156 basta saber que a estrada significa a ligação terrestre do Brasil com o continente europeu. Isto porque o trecho norte da BR é a única ligação terrestre do Brasil com a Guiana Francesa, departamento ultramarino francês na América do Sul.
A pavimentação pretende dar mais agilidade ao transporte de fronteira, que desde 2016, conta com a Ponte Binacional, ligando as cidades de Oiapoque, no Amapá e Saint-Georges-de-l’Oyapock, na Guiana Francesa.
O diretor do Dnit deu uma boa notícia aos parlamentares. Antônio Leite afirmou que há recursos, porque a bancada federal disponibilizou cerca de R$ 50 milhões para as obras. Agora é preciso aguardar a votação da Lei de Orçamento Anual (LOA) para aprovar mais recursos para o ano que vem. Ele ressaltou, entretanto, que, no inverno, com as chuvas, aumentam os atoleiros, o que termina dificultando o trabalho de pavimentação.
A bancada perguntou quantos quilômetros poderão ser pavimentados ainda este ano. O diretor do Dnit respondeu que ainda não é possível cravar exatamente esse número, por conta das chuvas, que a depender da intensidade e frequência, podem retardar o ritmo da obra.
“Essas afirmações, reconhecendo que nunca faltaram empenho nem trabalho da bancada federal do Amapá, são muito oportunas, porque muitas das vezes nós somos cobrados e criticados, acham que deveríamos cobrar mais do Dnit, cobrar mais do ministério, e essas críticas são legítimas, porque são de quem sofre com a falta da obra concluída no dia a dia. Mas se a gente for fazer um apanhado disso, seremos levados a reconhecer que, nos últimos dois anos, uma obra de 70 anos avançou bastante”, disse Alcolumbre.
O ex-presidente do Congresso Nacional também fez parte das tratativas, junto ao ministério da Economia e do governo federal, que resultaram na edição da Medida Provisória (MP) 1035/2021, que incluiu recursos para a região.
Davi se empenhou ao máximo para incluir recursos a obras de conservação e recuperação de rodovias federais, acrescentando R$ 250 milhões especificamente para a região Norte.
“E o Dnit assegurou que uma parte desses recursos será investida na BR 156”, explicou o deputado Luiz Carlos (PSDB-AP).
Antônio Leite afirmou que a expectativa do Dnit é avançar no trabalho dos lotes 2 e 3 norte até agosto. E, no lado sul, há perspectiva de avanço no lote 4, com o apoio do Exército, logo depois do período de chuvas na Amazônia.
“Esses esclarecimentos, com todos os passos que o DNIT está dando para sanar e solucionar esse problema que já se perpetua há muitos e muitos anos, é muito importante para todos nós”, reconheceu a deputada Aline Gurgel (Republicanos-AP).
“A gente sempre é surpreendido com notícias negativas, com fatos a respeito dos quais só tomamos conhecimento por intermédio da imprensa, por isso é muito importante essa reunião da bancada com o Dnit”, disse a deputada Leda Sadala (Avante AP).

Empenho
Ainda no ano passado, Davi se empenhou, junto ao governo federal, para que o Dnit retomasse as atividades da pavimentação da BR-156, que corta o estado de ponta a ponta.
O órgão informou que foi iniciado o asfaltamento de um dos 2 lotes do trecho norte, que liga Oiapoque a Calçoene. A extensão é de 54 quilômetros e fica entre os distritos de Carnot e Cassiporé. Os trabalhos, orçados em R$ 150 milhões, estavam parados há quase 10 anos, conforme informação do próprio Dnit. De certa forma, segundo o senador Davi, foi uma vitória, considerando-se que a obra anda a passos lentos.
“Esta é uma obra complexa e necessária. É uma obra estruturante, um eixo de desenvolvimento para o Amapá e para o Brasil, já que essa ponte liga o Brasil à União Europeia. Por isto é fundamental que a gente identifique os gargalos e os nós que impedem a sua consecução. Este foi, mais uma vez, o objetivo principal da reunião da bancada com o Dnit. A palavra de ordem é trabalhar para resolver. E é o que faremos”, assegurou Alcolumbre ao final da reunião.

O diretor do Dnit deu uma boa notícia aos parlamentares. Antônio Leite afirmou que há recursos, porque a bancada federal disponibilizou cerca de R$ 50 milhões para as obras.