Rodolfo Juarez

É histórico. Durante esse período de inverno na Amazônia sempre ocorrem acidentes nas rodovias estaduais, principalmente pela falência de pontes. Como são poucas as alternativas para se utilizar de um desvio, ou quando tem o desvio são longos e também mal cuidados, não sendo uma alternativa.
Os recentes episódios de falência de pontes têm sido mais comuns pelo fato de os veículos de carga terem aumentado a tonelagem de carga em transporte para pontes que foram feitas considerando os veículos da época.
O caso ocorrido na Rodovia AP-70 foi típico dessa mudança da capacidade de carga do veículo que, cheio de areia, desafiou a resistência da ponte provocando a sua quebra e o risco para perdas irreparáveis das pessoas e das cargas.
A informação prestada imediatamente pela Secretaria de Transportes dificilmente será confirmada, uma vez que a logística a ser empregada exige mais tempo. O caminhão basculante é grande, em torno de vinte toneladas, carregado de areia e exige que a ponte seja robusta, bem feita e com segurança suficiente para que não se repita o caso, com o mesmo caminhão ou outros que lhe seja assemelhado.
As pontes que têm caído neste tempo de inverno Amazônico são todas de madeira e que, apesar da facilidade para encontrar a madeira, ela deve ser extraída de lugares que permitam essa extração. O governo tem mais dificuldades, por situações óbvias, é também responsável pela fiscalização da extração da madeira, entre outros órgãos.
Nesse período do ano a terra fica molhada e os rios aumentam a sua linha máxima de água sobe mantendo molhada as suas margens.
Mas é preciso fazer o reparo nas pontes. Esse reparo precisa ser bem feito, com madeira nova.
As pontes são constituídas de uma parte estrutural, com pilares e atracações, depois vem o tabuleiro, e sobre o tabuleiro os deslizantes. Não se trata assim de mero arranjo, mantendo a capacidade de carga da ponte com base no que antes fora projetado, mas com cuidados de, pelo menos, duplicar a capacidade a suportar durante a passagem dos veículos pesados.
A equipe técnica da Secretaria de Transportes do Governo do Amapá tem capacidade e experiência. Resta saber se têm a velocidade de recuperação como foi dito pelo representante daquela unidade do Governo e se consegue pagar o empreiteiro no tempo certo e na velocidade que precisa.
A empresa contratada para a solução rápida, prometida para 48 horas, deveria ter as máquinas no canteiro e uma operação de pessoal que atendesse a não aglomeração, o distanciamento mínimo e o uso de máscara. Os tempos são difíceis, mas o atendimento aos protocolos precisa ser feito.
Além da ponte do Santo Antônio, na AP-70, há outras que precisam urgentemente de manutenção, já considerando a capacidade de carga dos veículos que aumentou substancialmente e ainda passa por pontes antigas e construídas para outro cenário.