Rodolfo Juarez
Os brasileiros que assumiram posições estratégicas para conduzir os interesses do país estão passando a impressão para a população e se mostrando, todos eles, com as exceções de praxe, completamente perdidos nesse tempo diferente quando a população é vítima de uma pandemia recrudescida por cepas, mutações e variações do vírus.
As autoridades não têm perdido a oportunidade para alinhamento, sem razão explícita, em grupos de contra, a favor e ainda os que estão na espreita aguardando o “circo” pegar fogo.
No momento em que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário não se entendem e se agarram nos artigos da Constituição Federal e das Leis Vigentes para ordenar, apresentar, recomendar aos Poderes que se equivalem, comportamentos que não estão adequados à Democracia, estremecendo a cada decisão, os alicerces da República sem avaliar as prováveis reações e a possibilidade de confronto dentre os Poderes.
Até agora o Judiciário vem levando vantagem uma vez que os seus membros conhecem a saída do intricando labirinto das leis e, especialmente da Constituição Federal. Afinal os seus membros tiveram a vida toda nesse rumo, encontrando saídas, primeiramente quando estiveram no 1.º grau da justiça como juízes, depois como desembargadores, ministros de tribunal ou do Superior, para, finalmente ser escolhido por um presidente da República para compor o Plenário do STF.
O conhecimento político entrou de forma voraz no Supremo sob a alegação de que se multiplicavam as necessidades de decisões jurídicas, primeiro finalizada com sutil cobertura polícia e, depois, com a política sendo a “cereja” da decisão.
Ao longo do tempo o Poder Legislativo foi sendo deteriorado na figura dos seus componentes, principalmente os deputados federais e senadores, depois alcançando os deputados estaduais e os vereadores. Essa fragilização e operações policiais fizeram com que a população também participasse do linchamento aos políticos. Não fosse as eleições para renovação a cada quatro anos, provavelmente o Legislativo já teria desaparecido ou completamente desmoralizado esse Poder e a Democracia no Brasil.
Faz algum tempo que o Poder Executivo, comandado pelo presidente da República, pelos governadores e prefeitos são levados à comportamentos que não condizem com a importância dos cargos que ocupam, com condutas irregulares, ou acusados delas, por órgãos de controle que têm dificuldade para controlar a gestão.
Foi assim que os Poderes se entrelaçaram.
As interpretações simplórias e inconvenientes para a população levaram o Poder Judiciário a tomar medidas que a CF não permite, arrebentando com cláusulas pétreas previstas na CF e que precisam ser recuperadas urgentemente e não oportunamente como acontece em repetidas vezes, iluminando o caminho não constitucional e deixando às trevas o caminho da regra vigente e sujeito a outros estrondos que assustam a todos.
O pior de tudo isso cada um dos chefes dos três Poderes se defendem como podem em flagrante desvantagem uma vez que o Legislativo e Executivo submete aos eleitores todos os seus principais membros a cada 4 anos. A corte mais alta do Judiciário não. Só a deixam quando alcançarem a compulsória ou por outras causas de especial vontade do magistrado.
A ordem para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, por exemplo, veio do STF, uma clara interferência de um Poder no outro, o que é rechaçado pela Democracia.