Rodolfo Juarez
No sábado passado, dia 10 de abril, tomei a segunda dose da vacina Coronavac. Às vésperas de completar 75 anos (19 de maio) e apesar de todo esse tempo de vida, me senti renovado, liberado para ter nova esperança, depois de tantos agouros e até maus presságios completei o ciclo vencendo os prognósticos sob uma generalidade que se elegeu: os idosos.
A divisão em faixas etárias aumentou a insegurança para as pessoas com mais de 60 anos. A irracional escolha feita por verdadeiras facções políticas e carimbada por grande parte da imprensa, com pouca participação dos esquecidos dirigentes da saúde no Brasil, interpretando erradamente o que queriam dizer os verdadeiros especialistas e não aqueles especialistas de araque, apresentados ao público, pelo rádio e pela televisão, escolhidos com objetivos outros, dizendo que a pretensão era informar.
Quando o rádio e a televisão, aqui no Brasil, teve a oportunidade de mostrar a sua importância, perdeu-a completamente e passou a ser instrumento de discórdia e de desafio para os adversários que, voluntariamente ou espertamente se posicionaram.
A disponibilidade de tantos meios de comunicação, construídos há bastante tempo no Brasil e que se tornaram poderosos grupos econômicos, invertendo o papel proposto para a saúde da sociedade.
Chegar à segunda dose não é tão emocionante como à primeira dose.
Assim foi comigo. As referências com relação às reações orgânicas eram poucas – como ainda são –, e escassas. Isso implica em uma série de medos. Os mais fragilizados, então, se tornaram os mais afetados.
Há uma espécie de compressão, de expectativa extraordinária e quando o evento acontece há uma descompressão forte, tanto no organismo como das imaginações que estavam inundadas por uma série de interrogações e que, logo depois do momento no qual recebeu a vacina se instá-la um ânimo novo, forte, provocando risos espontâneos e a vontade de declarar esse sentimento a todos.
Lamentavelmente a corrupção se manifestou no meio onde se realisavam esses procedimentos e provocou alterações profundas no processo sendo que, em uma das frentes, se adotou, por absoluta necessidade, e por recomendação não sei de quem, a necessidade de filmar o momento para se ter a confiança de que a imunização foi ato completo, verdadeiro.
Aplicada a primeira dose, o vacinando é informado da necessidade de tomar a segunda dose para que a imunização contra o vírus seja completada.
A volta é marcada e, nesse momento começa uma maratona para saber quando vai acontecer de verdade a aplicação da segunda dose, e se vai. Nesse momento é que se registram as falhas administrativas, uma confusão é instalada entre os que deveriam ter a certeza da informação que devem prestar ao vacinando. São muito conflitantes e cada uma delas escancara uma situação de desinformação ou informações desencontradas.
Nesse conjunto de datas, filas e esperança, consegui tomar a segunda dose da vacina e fiquei com uma farta lista de histórias para contar.