Fernando França

O prefeito de Macapá, Antônio Furlan, fez uma live na manhã de hoje para expor o resultado dos cem dias de sua gestão, uma tradição que segue em todas as esferas de poder. No entanto, as únicas novidades apresentadas foram a criação de 25 leitos de estabilização para atender pacientes graves com Covid-19, o corte de 29,5% na folha de pagamentos de servidores e redução na frota de veículos alugados.

Mesmo cobrado pelas redes sociais, o prefeito evitou falar das promessas que fez durante a campanha eleitoral. Um dos principais pontos citados pelo então candidato foi a geração de emprego, “80 mil pelo projeto Orla Viva”, mas durante a live, disse ter gerado pouco mais de duzentos empregos diretos nesses cem dias com a contratação de mão de obras para limpeza urbana e de desobstrução de canais e bueiros.

Disse ainda que sua gestão foi prejudicada pela falta de transição e que usou cerca de R$ 8 milhões do tesouro municipal para investimentos em saúde, como custeio, pagamento de profissionais e compra de remédios. Porém, não citou quais remédios e nem quantidade, se eximindo de falar sobre as constantes reclamações sobre a falta de remédios nas UBSs de Macapá.

Furlan alegou também que para conter a pandemia no Amapá está trabalhando em três de vertentes de enfrentamento. São elas: melhorar o enfrentamento, criar estratégia de vacinação e distribuição de quites de proteção.

A distribuição de quites vem sendo amplamente criticada por cientistas e especialistas em pandemia por considerarem ineficazes contra a Covid-19. Ainda assim, Furlan insiste na distribuição, chegando a afirmar que tais quites foram “fundamentais” para não haver “desesperos” na gestão da saúde municipal.

Furlan também citou a estratégia de vacinação como ponto positivo de sua gestão, mas esqueceu de falar dos vários problemas criados na vacinação de idosos e que está seguindo o Plano Nacional de Imunização. Disse ainda ter melhorado o enfrentamento a contaminação, mas não citou sua desavença com o Ministério Público e o Governo estadual por conta da aglomeração em academias de ginásticas.

Sobre a paralisação de obras e início de outras, o prefeito Furlan se limitou a dizer que está dando andamento em 25 obras deixadas pela gestão anterior, entre elas, o shopping popular, o laboratório de análises clínicas de Macapá, Policlínica, Maternidade e pronto socorro municipal. Quantos aos recursos, informou que todos são de origens de verbas parlamentares.
Entre o que preferiu destacar em sua gestão, citou a não paralisação do serviço de tapa-buracos. Na ocasião, lembrou de uma frase de um de seus secretários, o ex-prefeito João Henrique, que teria dito que os buracos da cidade não seriam de sua gestão, mas herdados do prefeito anterior, Aníbal Barcelos, numa alusão de que os atuais buracos nas ruas Macapá são de responsabilidade do ex-prefeito Clécio Luís.

Em live sobre os cem dias de sua gestão, Furlan pouco apresenta e evita falar em problemas na saúde.