Fernando França

Os moradores dos municípios de Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, ambos localizados na região Oeste do Amapá, interromperam na manhã desta terça-feira, 22, o tráfego na BR-210, que dá acesso aos três municípios. Os moradores protestam contra a atual situação da estrada, que também é conhecida como Perimetral Norte.

A paralisação está ocorrendo na altura do Km 179 da rodovia, nas proximidades da cidade de Padra Branca. Segundo informações dos manifestantes, a BR 210 está intrafegável e ainda não recebeu manutenção dos órgãos responsáveis.

O trecho que os moradores reclamam a falta de manutenção tem cerca de 105 quilômetros e fica entre os municípios de Porto Grande e Serra do Navio. Uma viagem que deveria durar em média 1h30, hoje é percorrido em torno de 5 horas ou mais, dependo das chuvas na região.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está negociando com os moradores no sentido de liberar o fluxo dos veículos. No momento, de acordo com as informações, a passagem de veículos leves e pesados está ocorrendo num intervalo de seis horas em seis horas.

Criada na década de 1970 como parte de um projeto da ditadura militar (1964/1985) para explorar e ocupar de forma mais densa a Amazônia brasileira, a BR 210 – nomeada pelo projeto de Perimetral Norte, nunca foi concluída.

A estrada parou de ser construída por volta de 1975 na altura do município de Serra do Navio, e desde então vem recebendo apenas manutenção paliativa. O trecho entre a localidade de Cupixi e Serra do Navio é considerado um dos mais perigosos das rodovias amapaenses.

O trecho onde a população reclama manutenção e pavimentação, tem alto fluxo de veículos pesados em função de grandes projetos de mineração de ouro e ferro naquela região. A rodovia também atendia o mega projeto de exploração do minério de manganês que durou 50 anos no Amapá.