Fernando França

Após aplicar em Macapá a política negacionista do governo Bolsonaro na vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos de idade sem comobirdades, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, voltou atrás em sua decisão e determinou a imunização completa desse grupo a partir da próxima sexta-feira, 24.

Furlan tinha sido o único prefeito do Amapá a adotar essa postura e, por conta disso, foi amplamente questionado nas redes sociais e por também contrariar as orientações da Organização Mundial da Saúde e da comunidade técnica/científica favoráveis a vacinação da população em todas as suas faixas de idade.

O governador Waldez Góes já havia anunciado, na última sexta-feira, 17, que não seguiria a orientação do MS em suspender a vacinação e determinou sim a imunização dos adolescentes. A Vigilância Sanitária do Amapá também fez orientação a todos os municípios.

Somente Furlan não acompanhou essa orientação. Com isso, acabou isolando-se do assunto, no entanto, voltou atrás após muita pressão. “Seria uma perda política grande se ele mantivesse essa decisão”, disse um interlocutor ligado ao gabinete do prefeito.

A decisão do Governo do Estado em manter a vacinação de adolescentes foi embasada em notas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Mundial de Saúde (OMS) e conselhos nacionais das secretarias estaduais e municipais de saúde, que garantem que a vacinação dos adolescentes é segura.

O que Furlan havia levado em conta quando decidiu suspender em Macapá a imunização de adolescentes sem comorbidades, foi a mesma alegação do MS, de que esse público de 12 a 17 anos quando infectados possuem sintomas leves ou são assintomáticos, um argumento refutado por especialistas que são favoráveis a inclusão de adolescentes como público alvo.

A prefeitura de Macapá já havia vacinado com a primeira dose cerca de 95% dos adolescentes quando assumiu a orienta do MS, segundo nota da secretaria de comunicação da PMM. A vacina indicada para esse grupo é a Pfizer.