Rodolfo Juarez
Há uma lerdeza pública geral dos partidos políticos no Estado do Amapá, com as raras exceções para confirmar a regra.
Essa moleza não é comum, mas pode ser interpretada como uma indefinição dos políticos sobre como vão atuar na campanha para renovar os mandatos.
Onde mais se observa esse ronceirismo é entre os deputados federais, os que vão experimentar uma nova forma de conquistar os mandatos. Desta vez terão que contar com um partido capaz de eleger candidatos e não mais buscar os “bois de piranha” nas legendas que sempre alimentaram as ambições de filiados a outros partidos.
Não tendo coligação e ainda correndo o risco de ficar sem a fatia dos recursos do Fundo Partidário os partidos precisam se estruturar, organizar e praticar a democracia, acabando com os donos e enterrando as pretensões no nascedouro. Não havendo coligação, os passos serão dados conforme a capacidade eleitoral do partido e do candidato.
Os oito deputados federais que o eleitor amapaense escolheu para mandar para Brasília ainda estão “tontos” e sem encontrar uma saída segura para garantir a sua permanência como representante do povo amapaense no Câmara Federal.
Aliás, são poucos os eleitores que lembram de pronto ou não tão de pronto assim, dos nomes dos seus representantes em Brasília. Qualquer pergunta nesse sentido sempre causa embaraço, muito mais para os que são representantes do que aqueles que tinham a esperança de serem representados.
Os que foram eleitos em 2018 para representar os interesses dos amapaenses em Brasília são, pela ordem da votação obtida: Camilo Capiberibe (PSB), Acácio Favacho (PROS); Vinícius Gurgel, eleito pelo PR que desde 2019 voltou a se chamar Partido Liberal, sigla PL; Aline Gurgel eleita pelo PRB e que desde 2019 passou a se chamar Republicano, sem sigla; Marcivânia Flexa (PC do B) Luiz Carlos (PSDB) que preferiu assumir um cargo no primeiro escalão do Governo do Estado e abriu vaga para Pedro da Lua, do DEM; André Abdon (PP) e Leda Sadala, eleita disputando pelo AVANTE, antigo PT do B.
Os 8 deputados federais eleitos obtiveram 36,13% do total de votos válidos dados a deputado federal. Os outros 63,87% foram dados aos candidatos não eleitos.
Nas eleições do dia 2 de outubro de 2022, sem a possibilidade de coligação entre partidos para a disputa das eleições para deputado federal, que permanece como eleição proporcional e com linha de corte de 10% sobre o quociente eleitoral apurado, as novidades podem estar afetando os desembaraços dos atuais deputados que, além de manter os seus nomes na convenção, ainda votam, alguns mais de uma vez, para definir os candidatos do partido.
Aproxima-se assim, uma eleição muito mais difícil para os candidatos por pequenos partidos, aqueles que não alcançam 10% do quociente eleitoral e que são eliminados da disputa.
O eleitor, pelo menos aquele que se interessa pela política, está confuso. Os demais ainda não pararam para entender como será o processo e esperam, pacientemente, para serem informados durante as reuniões dos candidatos com os eleitores durante a campanha eleitoral de 2022.