Rodolfo Juarez
Você consegue imaginar um poço sem fundo?
Se conseguiu, faça um paralelo com o turismo oficial no Amapá. Parece, ou não parece um poço sem fundo? Um ralo para dinheiro público que, por mais que alguém desça querendo encontrar o fundo, ou ofereça mais dinheiro para saciar o ralo, não chega a um resultado.
Enquanto o turismo por aqui sempre engatinha, noutros lugares, com menos potencial que o do Amapá, avançam, estabelecem modos de desenvolvimento que conta com a iniciativa privada, com a cooperação de empreendedores que ainda estão fora do alcance a voracidade da gestão pública, local nesse meio tão profissional e que ainda não foi assimilado pelos dirigentes, apesar do discurso e do dinheiro que é gasto.
O setor já experimentou vários modos de gestão e, vejam só, por ser um dos menores orçamentos do Estado e não atrair os “caciques” da gestão, não são entregues para os mais interessados ou mais competentes na área do turismo: são entregues para os amigos do “rei”, alguns deles apenas sabendo escrever a palavra turismo, sem conhecer a sua importância econômica, a sua capacidade de geração de empregos, apenas aproveitando o que já está pronto e da forma como está pronto.
Projetos e projetos turísticos para o Amapá já foram elaborados, bem avaliados e tidos com capacidade suficiente, desde que bem gerenciado, para ser economicamente viável e socialmente cooperador na ocupação da mão de obra local.
O Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Amapá já (Sebrae/AP) já participou dos projetos locais para o desenvolvimento do turismo, mas não tem conseguido os resultados, apesar dos treinamentos que dão para várias categorias profissionais que teriam espaço no ambiente do turismo local.
Mas, até agora, ninguém conseguiu desenterrar a tal “cabeça de burro” que está levando a culpa pelos resultados não alcançados.
Alguns setores do turismo se mantêm em pé e chegam a ser apresentados noutros estados. São aqueles que contam com sonhadores que acreditam que o turismo pode ser um modo de desenvolvimento local.
Já tivemos governador que falou da importância da realização de circuitos como o da Lagoa dos Índios, iniciando no Igarapé da Fortaleza, que faz a divisa dos municípios de Macapá e Santana, indo até o Curiaú; do circuito Trapiche Eliezer Levy até o Rio Matapi e tantos outros que incluíram até a Ilha de Santana. Nada chegou a bom termo, mesmo os projetos sendo desenvolvidos e pagos, não foram executados.
A grande cooperação do setor público no trato com o turismo tem sido o abandono daqueles pontos tidos como referência.
O Sambódromo está abandonado, o complexo do Zerão continua sendo um sonho, a cidade não tem estrutura para receber 100 turistas ao mesmo tempo.
Quando um navio de turistas chega a atracar em Santana, todos os agentes públicos do setor ficam pedindo que eles vão logo embora porque não tem onde acomodá-los.
Nem mesmo as construções históricas estão sendo preservadas para mostrar aos visitantes. Um exemplo é a residência oficial onde morou o primeiro governador do Amapá, está completamente abandonada. Este é um bom exemplo.
Neste momento está se confirmando um empréstimo, do BNDES, para o setor público do turismo amapaense, em torno de R$ 25 milhões. Pode esperar, quando isso se