Rodolfo Juarez
Macapá, com mais de 500 mil habitantes, já precisa dispor de uma equipe de inteligência que disponha de registros de obras, principalmente de infraestrutura, para poder otimizar a aplicação dos recursos públicos que a prefeitura dispõe, sem desperdiçar ou retrabalhar o que poderia continuar funcionando.
O sistema de drenagem da cidade é um desses complexos que precisam ser detalhados e definidos como fundamental para o avanço do sistema ao longo dos anos. Os canais de drenagem da cidade foram bem definidos pelo antigo SESP – Serviço Especial de Saúde Pública, criado em 1942, a partir de acordo entre os governos brasileiro e norte-americano, tendo como funções, o saneamento de regiões produtoras de matérias-primas, como a borracha da região amazônica e o minério de ferro e mica do vale do rio Doce.
As instalações do SESP foram ajustadas com o Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande. Na época, Santana e Porto Grande eram distritos administrados pela Prefeitura de Macapá.
O Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande foi elaborado pela Fundação João Pinheiro, com sede em Belo Horizonte (MG) e se constituiu na primeira tentativa de organizar a infraestrutura de Macapá e seus dois principais distritos.
No PDU de Macapá, Santana e Porto Grande foram definidos os sistemas básicos para a drenagem das três cidades. Foi nessa época que o DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, que estabelecia as linhas mestras do sistema de drenagem das cidades brasileiras, contribuiu com projetos e recursos.
Em Macapá, Santana e Porto Grande foram desenvolvidos estudos (pela Fundação João Pinheiro) que foram entregues aos prefeitos da época (os prefeitos eram nomeados pelo governador do Território) para serem detalhados e executados.
Em Macapá foram identificados, como calhas principais, o canal da Mendonça Júnior, o canal do Perpétuo Socorro, o canal do Jandiá, o canal das Pedrinhas, o canal do Nova Esperança, entre outros, todos com saídas para o Rio Amazonas, evitando a poluição da Lagoa dos Índios.
Esses canais, entretanto, precisavam ser retificados e construídos, com uma calha em concreto, guarda corpo e a estrutura de vias ao seu longo, com calçada, rodapé e linha d’água, antes do pavimento da via e seu asfaltamento.
Projetos para o Banco Mundial foram elaborados e enviados para aquele banco que tem como objetivo erradicar a pobreza extrema no mundo. Colaborar financeiramente para o desenvolvimento de programas ambientais, educacionais e sociais. Incentivar, através de empréstimos, o desenvolvimento da infraestrutura, saneamento básico e geração de energia.
Esses dados precisam estar disponíveis na Prefeitura de Macapá, para que seu corpo técnico entenda o que precisa ser feito e estabelecer uma diretriz que proporcione resultados e não simplesmente imaginar que tudo está começando agora.
Preparar a equipe para o exercício dessa gestão da infraestrutura é decisivo para que os resultados apareçam, caso contrário, pode botar o dinheiro que puder, nada será feito.