Rodolfo Juarez

O dia primeiro de abril é reservado para destacar os mentirosos. Cada um tem o seu mentiroso favorito, ou por escolha ou pela conquista do mentiroso.
A mentira também ganhou nome moderno ou mais atualizado: fake news. Ora, estava muito mais fácil conhecer o dito cujo como mentiroso do que como criador e/ou divulgador de fake news.
Mas, afinal de contas, como surgiu a dia mentira?
Acredita-se que a data surgiu na França, em meados do século XVI. A teoria mais aceita para o Dia da Mentira, ou Dia dos Boatos de abril, como é conhecido nos países de língua inglesa, surgiu de uma mudança no calendário utilizado na França.
A versão mais conhecida está relacionada à chegada do Ano Novo que, no reino francês, era comemorado durante uma semana, do dia 25 de março ao dia 1.º de abril. Em 1564 o rei Carlos 9.º decidiu que o Ano Novo seria celebrado no dia 1.º de janeiro, por causa da adoção do calendário gregoriano.
As pessoas de então demoraram para se acostumar com o novo calendário, enquanto outras resistiam à mudança da troca de data. Essas pessoas se tornaram alvo das mais variadas formas de ridicularização, os chamados “bobos de abril” e, por isso, recebiam convites para festas que não existiam. O fato é que da França, a mania de pregar peças nesta data teria percorrido o mundo e continua até hoje.
No Brasil o dia da mentira, nos dias atuais, passou a ser uma oportunidade para manifestações políticas, principalmente depois que os plano de governo passaram a ser obrigatório para a inscrição do candidato a um cargo majoritário (presidente, governador ou prefeito).
Naquele plano são listadas as promessas e, ao final, pode o eleitor ou qualquer pessoa do povo, analisar o resultado: a maior parte das promessas não são cumpridas, muito embora tenha servido de ponto de referência para a campanha que desenvolveu até à eleição.
No Amapá, as propostas dos governadores e prefeitos arquivadas no Tribunal Superior Eleitoral, são, a grande maioria delas, um conjunto de promessas mentirosas ou, mais modernamente, de fake news, que serviram apenas para o propósito de campanha eleitoral. O pior é que esse registro continuará dessa forma, tantas são as promessas transformadas em mentira, a maioria das vezes, desde o primeiro dia do exercício do mandato.
Mas não são apenas os políticos, mas também alguns gestores públicos, empresários e investidores que se valem de mentiras ou fake news para avançar sobre a população que elege os mandatários, que escolhe os gestores, além dos empresários e investidores que prometem preços baixos ou vantagens econômicas, colocando o cidadão em uma roda desconhecida, inválida e, por isso, mentirosa.