Rodolfo Juarez

O IBGE já divulgou a sua previsão para a população do Estado do Amapá e para cada um dos seus municípios até o ano de 2060, entretanto a previsão que nos parece mais impactante é aquela do momento em que o Estado do Amapá alcança um pouco mais de um milhão de habitantes e Macapá, a capital do estado, chega aos 600 mil habitantes.
Pelas estimativas do Instituto essas marcas serão atingidas pelo Estado e pela cidade de Macapá, no ano de 2030, isto é, daqui a 8 anos.
Então, a cidade de Macapá já pode ser analisada, no cenário de 600 mil habitantes, com margem de erro muito pequena, no horizonte dos próximos oito anos, sendo preparada para abrigar essa quantidade de moradores com um mínimo de qualidade de vida. Para isso, é preciso evitar que a colocação do município de Macapá, na escala de qualidade de vida, esteja entre as piores.
É urgente e para agora a instalação de uma estrutura para abrigar um ambiente técnico que possa tratar o Urbanismo como ciência e não como oportunidade para abrigar “bandeirantes” oriundos de campanhas políticas, ou correligionários de políticos que perderam a eleição no primeiro turno e se aliaram para eleger um candidato no segundo turno, ou mesmo os próprios candidatos que se aliam em troca de um cargo comissionado no governo do ganhador da eleição.
O disco precisa virar!
Não há chance de crescer os índices de qualidade de vida sem considerar os conhecimentos técnicos indispensáveis e prioritários para produzir os projetos que precisam ser executados imediatamente.
Os talentos necessários estão por aí, ainda em Macapá, em menor número, mas em Macapá, e os que se foram para trabalhar em outras urbes podem perfeitamente retornar para preparar a cidade para uma população de 600 mil habitantes, daqui a pouco.
Os problemas são muitos e variados.
A oferta, pelo governo municipal, de saúde e educação para a população está muito aquém das necessidades, gerando um déficit acumulado que só cresce, pois, no passo das administrações municipais já terminadas e no passo da atual administração municipal, a defasagem entre o necessário e o que é realizado está sempre aumentando.
O sistema viário já dá mostras de fadiga e caminha para colapso. Isso já está sendo notado em alguns horários e, principalmente, em alguns trechos do sistema que é precário por falta de alternativa e porque, a maioria, está entrando em fadiga, seja pela falta de manutenção, seja pelo tempo de construção.
A prefeitura não coleta, atualmente, sequer a metade do lixo doméstico-urbano que é produzido agora, em torno de 500 mil toneladas por mês. Quando muito, dá destino para aterros sanitários de metade desse total. As sobras ficam pelas calçadas, canais, vias públicas, lixeiras viciadas.
O transporte urbano tem problemas desde a concorrência para a concessão de linhas, passando pelas próprias empresas exploradoras do mercado, com veículos recuperados de outras praças, falta de abrigos nos pontos de parada, dificuldades extremas na definição da tarifa a ser paga pelos usuários do sistema, e desconfiança dos horários propostos, além de descontinuidade na sinalização, falta de integração com os diversos módulos de transportes, entre tantas necessidades para que se diga que o transporte urbano está minimamente resolvido.
A sinalização orientativa desapareceu. A sinalização viária horizontal, vertical, inclusive a luminosa, são desprezadas anos após anos, sob a alegação de falta de recursos.
Ninguém duvida que Macapá, como capital do Estado do Amapá, precisa melhorar as condições urbanas para que a população tenha a melhora da qualidade de vida.