Josiel Alcolumbre – Jornalista

Tem gente que pensa que a política não tem regra, que ela é gerada por uma engrenagem de oportunidade e acionada por oportunista, que quanto mais esperto for, mais chance tem de se tornar um “líder” – mesmo ocasional como, por exemplo, alcançando um mandato de forma inesperada ou vindo por circunstâncias do acaso, ou devido caso fortuito.
Aquele político que assim pensa não consegue iniciar a carreira sem trombar logo na saída ou a pouca distância da largada.
Tudo indica que esse é o caso do atual prefeito da Capital que, depois de um mandato e meio como deputado estadual, viu cair em seu colo a administração dos interesses de uma população de mais de 500 mil pessoas e, deslumbrado com o acontecido, imaginou que seria um líder político que acabara de receber o “certificado” do eleitor macapaense, e capaz de fazer o que lhe aprouvesse e sem considerar as forças políticas de apoio e as circunstâncias que lhe deram o cargo.
Vestiu a carapuça do líder que não é, e saiu por aí querendo, a qualquer custo, fincar estacas políticas em terreno que não conhece, resultado: quebrou a cara e vai ter que arcar com os prejuízos de sua imprevidência.
Prejuízos que aumentaram de tamanho e força depois que teve que desfazer um acordo para atender as suas conveniências e sem se importar com as conveniências daqueles que precisava como aliados.
Uma regra básica da política é de que um partido com menor expressão e representatividade sócio-histórico não pode liderar um que tenha mais tempo e conquistas, mais força e mais densidade representativa. As questões, na política, não se invertem, ao contrário, as alianças são construídas para se fortalecerem e não para servir por um momento e, depois, ser descartadas.
A confusão foi criada e precisa ser resolvida. O problema é que essa solução não vem sem grave desgaste político e, a essa altura do projeto de Poder, ninguém sai ganhando e ainda perde o pouco que tinha.