Rodolfo Juarez

Era 13 de setembro, às 15:30 horas do dia da data magna do estado, quando fui comunicado que a consulta inicial, visando o transplante de rim ao qual me submeteria, e que estava marcado para o dia 26 de setembro, teria que ser adiada devido não haver vaga para hemodiálise em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba.

De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, o Estado do Paraná permanece na liderança nacional, por milhão de população, em transplantes de rim e em segundo lugar em transplantes de fígado. É também um dos quatro do País que realizaram transplante de pulmão em 2021.

Como o Estado do Amapá é um dos poucos estados brasileiros que ainda não se faz transplante de rim eu, como morador de Macapá, no Amapá, tive que procurar outro estado para atender às necessidades que a mim se apresentaram já que desde 2019 faço, continuamente, 3 vezes por semana, sessões de hemodiálise.

A hemodiálise é o procedimento através do qual uma máquina filtra e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento retira do corpo os resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos.

As pessoas que precisam realizar a hemodiálise são aquelas diagnosticadas com a insuficiência renal. Considerada uma doença silenciosa, a insuficiência não apresenta sintomas no início das complicações, mas apenas quando os rins já estão apresentando um grau elevado de perda de função.

De acordo com os especialistas, os principais fatores de risco para doenças renais são a hipertensão arterial, o diabetes e o histórico familiar de doenças renais, além de outros fatores que podem afetar o funcionamento dos rins.

A sessão de hemodiálise é acompanhada por um médico ou médica, enfermeiras e enfermeiros, e técnicos e técnicas de enfermagem.

Quando o paciente ainda não tem fístula, é usado o cateter. O cateter de hemodiálise é um tubo colocado em uma veia no pescoço, tórax ou virilha, por meio de anestesia local. Ele é uma opção, geralmente, temporária para os pacientes que não têm uma fístula e precisam fazer o tratamento dialítico. A fístula é a ligação entre uma artéria e uma veia e, assim criar a fístula arteriovenosa.

Em Macapá sou paciente na Clínica Uninefro, localizada na Procópio Rola, onde me submeto a 3 sessões de hemodiálise por semana, quatro horas por sessão, perfazendo um total de 12 horas por semana.

Como o setor de saúde do Estado do Amapá ainda não dispõe de ambientes hospitalares e equipes médicas para realizar os transplantes, o Governo do Estado está obrigado, por definição constitucional, a criar condições para que os pacientes renais crônicos tentem o transplante em outros centros médicos fora do Amapá.

No meu caso específico, o estabelecimento de saúde onde está proposta a realização do transplante é o Hospital do Rocio, em Campo Largo, no Estado do Paraná. Ocorre que, um paciente renal crônico não pode deixar de fazer as sessões de hemodiálise semanais e, por isso, antes de confirmar o deslocamento, precisa estar acertada a clínica onde serão realizadas as sessões de hemodiálise.

Até agora não houve definição do local de realização da hemodiálise e, enquanto isso não for resolvido, não poderei sair de Macapá.

Tomara que dê tempo!