Rodolfo Juarez
O tempo passa e, para aqueles que observam os acontecimentos, dá a impressão que todos estão percorrendo uma imensa circunferência e percebem que as coisas se repetem a cada passagem de arco, vendo se repetir pelo mundo, muito mais coisas ruins do que coisas boas.
Basta prestar atenção que percebe os conflitos entre pessoas, grupos de pessoas e, até, entre países de uma mesma nação ou entre nações, com guerras, no seu mais completo significado, ou para identificar uma vontade de dirigentes nacionais que querem apenas um pretexto para lançar o primeiro míssil, dar o primeiro tiro, ou mapear com o drone mais próximo.
Estamos no Brasil, vivendo o período do Carnaval, chamada a festa da carne, ao mesmo tempo que reclamamos do preço da proteína animal, dos vegetais e de tudo o que serve para a alimentação das pessoas.
Não precisa nem sair daqui ou de qualquer parte deste país, para saber que nesse mesmo tempo, pelo menos 10 países estão em guerra, seja contra outro país, seja internamente, em guerra civil.
A diplomacia pela diplomacia, não tem dado conta de seu papel de convencer aos mandatários que há outra maneira de resolver os conflitos, entretanto, vingança ou o poder bélico continuam sendo as referências principais para impor vontades, ideologias e costumes.
Enquanto a população brasileira dança sobre a questão dos desempregados, dos sem tetos e dos famintos, esses vão literalmente se arrastando pela vida, vendo os blocos passarem, os trombadinhas trombarem, os ladrões roubarem e os assassinos matarem a quem não conhecem, nunca viram e nunca mais veriam.
As queimadas, as secas, as enxurradas, os deslizamentos, os acidentes, as guerras e os desentendimentos são deixados fora de cena para o bloco passar, na esperança de encontrar uma nova realidade, um novo horizonte para ultrapassar e por lá ficar, nem que seja por algum tempo.
Aqui no Amapá, a exuberância que a natureza reservou para todos nós, nos dá desculpas que encobrem o nosso atraso, as nossas dificuldades e os limites que, sem sentir, já ultrapassamos sem ver.
As tentativas dos agentes públicos e privados, que analisam o momento econômico local, são apenas tentativas, sobre bases que não existem, mas que precisam ser feitas para haver pragmatismo nas ações e principalmente nas novidades anunciadas.
O Amapá completou, em setembro do ano passado, 80 anos de disponibilidade para o desenvolvimento e, neste momento, busca fazer uma retrospectiva dos 80 de real existência, identificando bolsões temporais de efetiva melhoria, mesmo contando com uma população trabalhadora, com a maioria recebendo recompensas que não correspondem ao seu esforço e às suas conquistas comuns.
A folia está aí. A pobreza e os problemas estão aí. Aquela efêmera, estas permanentes, desafiadoras, valentes e agressivas que continuam dando as “cartas”, mostrando o seu significado e empurrando o status de todos para continuar em uma estaca que nunca foi desejada.
Avante, Amapá da folia, da pobreza e de uma população carente de quase tudo!