Rodolfo Juarez

Antes de qualquer comentário é importante compreender, para os negócios, o que significa ESG. Trata-se de uma sigla em inglês para os três pilares da prática: Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança). Um conceito que orienta as ações das empresas comprometidas em construir um mundo mais justo e sustentável, sem deixar de lado fatores mercadológicos como o crescimento, o lucro e a capacidade de atrair investimentos.

A grande questão para os orientadores empresariais está em encontrar respostas práticas para três decisivas perguntas:

O que traz mais resultado para um negócio hoje? Vale a pena manter a operação focada no lucro a qualquer custo ou se guiar pela construção de um mundo melhor e mais sustentável? Como a empresa dos tempos atuais vai encontrar o equilíbrio entre as maneiras de manter o conceito do lucro e a sustentabilidade ambiental?

Atualmente o consumidor tem exigências novas e faz questão de vê-las atendidas como: urgência de cuidados com o futuro do planeta; a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança. Essas referências, até o século passado ignoradas, se consolidam como o caminho para as empresas manterem a lucratividade e ganharem competitividade no mercado.

Então, essas razões, que fazem parte do ESG, passaram a ser os principais indicadores para os negócios tendo em vista a construção de melhores práticas de respeito ao meio ambiente, à sociedade e aos colaboradores.

O uso de recursos naturais, a qualidade nas relações trabalhistas e os impactos causados pelo negócio no meio ambiente e na comunidade são referências evidenciadas pelo ESG, destacando esses três pilares como fundamentais para avaliar a eficiência e o comprometimento de uma empresa com um mundo mais equilibrado, sustentável e apropriado para continuar sendo um objetivo de qualidade para as empresas e os empreendedores.

No Brasil, a adoção dessa prática ainda é iniciante, as plantas industriais ainda padecem de modernização em setores crucias para a manutenção do emprego e do ambiente fiscal dos governos que ainda não têm a medida de eficiência de gastos funcionando, sendo regulado, ainda e totalmente, pelos órgãos de controle de gastos e dos limites sempre rompidos pelos governantes.

Até agora, o assunto ainda é uma vontade, muito mais de fora para dentro, a adoção dos pilares da Governança Ambiental e Social de forma alinha com os objetivos que um desenvolvimento sustentável, aquele preconizado pela Organização das Nações Unidas, que carecem de muitos ajustes para ter a capacidade de fomentar o desenvolvimento das nações pobres com a cooperação das nações ricas.

Questões como: direitos humanos, a erradicação da pobreza, a diminuição das desigualdades sociais e de gênero, além de outras pautas importantes que se evidenciam com o passar dos anos, indicam que o ESG é fundamental para os negócios, sempre implicando em crescimento quando bem ajustados social, ambiental e na governança.

No Amapá, como o setor que mais chama o ESG é o industrial, o campo pode ser considerado virgem para o desenvolvimento das práticas que o mercado, se não exige agora, daqui a pouco vai passar a exigir.

Algumas plataformas foram tentadas aqui no Estado e não avançaram porque, em regra, foram “filhadas” de plataformas originalmente pensadas para outros lugares, com outros fundamentos mercadológicos, outras carências sociais e fraco ou fraquíssimo controle ambiental.

O ambiente de negócio, cheio de potencial como o do Estado do Amapá, se cuidar da gestão de resíduos sólidos, emissão de gases geradores do efeito estufa, uso responsável de recursos naturais, poluição da água e do ar, desmatamento e eficiência energética, entre outras providências, pode se considerar exemplo.

Socialmente, na relação da empresa com o entorno, precisa respeitar: o sistema de produção com pagamento justos para os fornecedores e colaboradores; incentivo e apoio ao desenvolvimento da comunidade local; recusa do trabalho escravo e infantil; proteção aos dados dos clientes; valorização da diversidade cultural, étnica e de gênero nas equipes; e respeito às leis trabalhistas.

Mesmo longe, mas dentro do processo, o Amapá, por aqui, pode ser um campo de ensaio.