Josiel Alcolumbre – Jornalista
DRT- 0000399/AP
Estou cauteloso com relação ao isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde e adotado pelo Ministério da Saúde no Brasil e que irradia para as secretarias estaduais e municipais de saúde, devido ao tempo reservado às orientações de cada um do povo, que deve ser o grande objetivo de todos os agentes públicos envolvidos nesse complexo processo.
O isolamento social certamente não será da melhor forma se não houver orientação para cada pessoa e para a família com a qual convive essa pessoa.
Até agora são poucas as orientações para que a família alcance a melhor forma de suportar, com qualidade de vida, os momentos diferentes, principalmente para aqueles que vivem só, ou convivem com poucas pessoas na mesma casa, ou estão acostumados a fazer da residência um ponto de encontro da família.
Apontar apenas o sacrifício de cada um como defesa do novo coronavírus é muito pouco para quem gosta – e tem direito – de viver livre e tem que seguir qualquer regra restritiva, muito menos uma que pode lhe causar muitos prejuízos se não segui-la.
Imagino o sacrifício que famílias inteiras estão sendo obrigadas a fazer tomando por base o que acontece na casa onde, por regra, se está exercitando a quarentena, não como justificativa para os limites que as autoridades estão impondo, mas por entender que é preciso e necessário, nesse momento, experimentar o isolamento social.
Mas o próprio termo é abstrato. Intimamente ligado com o diagnóstico de uma pessoa em depressão, afetado por emoções desconhecidas e tendo que enfrentar as reclamações ou avaliações equivocadas da própria família e, de repente passa a ser uma regra social por questão de saúde pública.
Como os grupos sociais resolvem o seu dia a dia, cada um de uma forma, também é esperado que cada um desses grupos responda diferente à obrigação do isolamento social, muito embora se compreenda que o grupo que tem mais dificuldade é aquele que, todos os dias, tem que buscar o seu sustento e de sua família, caso contrário tem que enfrentar a fome, o choro das crianças e o afastamento dos idosos.
A complexidade do assunto deve ser a justificativa para poucos se manifestarem quanto à orientação comportamental em tempo de pandemia.