Copa do Mundo de 2026, a primeira com 48 seleções, será disputada na América do Norte, com jogos nos Estados Unidos, no Canadá e no México
A decisão foi anunciada na quarta-feira, em Moscou, durante o Congresso da Fifa. A candidatura liderada pelos EUA teve 134 votos, contra 65 votos do Marrocos, que contou com o voto do Brasil, embora a CBF tenha declarado anteriormente voto na candidatura vencedora.
Em 13 de abril um encontro em Buenos Aires selou o apoio da Conmebol à candidatura dos EUA como sede da Copa de 2026. O representante do Brasil nesta reunião era o Coronel Nunes.
A candidatura marroquina foi derrotada em sua quinta tentativa de organizar a Copa do Mundo. Uma confederação votou para nenhuma candidatura, e ainda houve três abstenções.
Oito países não puderam votar: Guam, Porto Rico e as Ilhas Virgens americanas, mais os quatro candidatos (Marrocos, EUA, Canadá e México), assim como Gana, que não veio ao Congresso (presidente da Federação preso e sob intervenção do Governo).
A edição de 2026 vai marcar o início de um novo modelo de Copa do Mundo – com mais participantes, mais jogos, mais estádios e mais países organizadores.
Em vez dos atuais 32 times divididos em oito grupos de quatro, o Mundial terá 48 participantes, divididos em 16 grupos de três. Os dois primeiros de cada chave avançam aos mata-matas, que terá uma fase a mais do que hoje.
O novo formato da Copa do Mundo vai obrigar a Fifa a redesenhar as Eliminatórias, já que todas as confederações terão mais vagas do que têm hoje.
A Copa do Mundo da América do Norte será majoritariamente disputada nos EUA. Das 80 partidas do torneio, 60 serão nos EUA, inclusive a final. As demais 20 serão divididas igualmente entre Canadá e México. Será a segunda Copa dos EUA, que já organizou o torneio em 1994, e a terceira do México, que abrigou a Copa em 1970 e 1986.
Esta foi a primeira vez em décadas que a escolha da sede da Copa do Mundo se deu numa votação aberta, com a participação de todas as associações nacionais de futebol. As sedes dos Mundiais de 1990 a 2022 foram escolhidos pelos 24 integrantes do Comitê Executivo da Fifa (hoje rebatizado de Conselho da Fifa).
A última delas, que resultou na vitória de Rússia (2018) e Qatar (2022) foi marcada por denúncias de corrupção e compra de votos. A eleição desta quarta-feira teve os votos de cada país tornado público imediatamente num telão no centro de convenções onde ocorreu o Congresso da Fifa.
Para convencer os eleitores, a candidatura da América do Norte prometeu lucro recorde para a Fifa e para as associações nacionais. Numa apresentação de 15 minutos para a plateia do Congresso da Fifa, o presidente da federação americana de futebol, Carlos Cordeiro, prometeu uma arrecadação de US$ 15 bilhões, com lucro de US$ 11 bilhões. Como comparação, a Copa do Mundo de 2014 teve faturamento de US$ 4,8 bilhões.
A disputa pelos votos foi marcada pela sombra do presidente americano, Donald Trump. Os marroquinos usaram a postura agressiva do presidente americano para convencer eleitores. O próprio Trump se envolveu pessoalmente na campanha americana. Ele escreveu cartas ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, na qual prometeu conceder vistos “sem preconceitos” para atletas, dirigentes e fãs de todos os países que disputarem a Copa.
A Copa do Mundo de 2022 será disputada no Catar.
Para 2030, só há uma candidatura oficialmente lançada – por Argentina, Paraguai e Uruguai. É provável que China e Inglaterra também se lancem. Não há data prevista para a Fifa tomar essa decisão.