O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) acaba de revelar o problema que atravessa o Amapá a partir do levantamento das admissões e demissões de empregados, sob o regime da CLT, ocorridos no Estado no mês de junho deste ano.
Esse é um número levantado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em obediência à Lei 4.923/65, que instituiu essa obrigação.
O setor comércio apresentou o pior desempenho, com um saldo de 409 novos desempregados em comparação com os empregados, correspondendo à diferença entre os trabalhadores admitidos e os trabalhadores demitidos, com a ampla maioria sendo anotada na coluna dos demitidos.
Ora, o comércio é o reflexo da economia de um local: se o movimento no comércio está bom a expectativa é de que a economia vai bem; agora se o setor comércio vai mal, não há duvidas de que a economia do local está muito mal.
O Amapá sempre teve no comércio o seu principal meio de arrecadação própria. Essa circunstância deveria impor aos administradores locais atenção completa ao que está acontecendo e buscar alternativas para evitar a queda da evolução do setor, uma vez que se trata da principal fonte de emprego e de tributos.
Os números apurados este ano precisam ser bem conhecidos para que sejam identificadas as causas que levaram a essa situação. Não adianta querer fazer entender que se trata de uma conjuntura nacional, pois o comércio é o reflexo principal de uma conjuntura local, assim evitável, desde que haja cuidados para que o setor, pois o prejudicado é a comunidade de forma geral.
O desemprego no comércio indica que está faltando ocupação para os trabalhadores do comércio, isso porque está faltando comprador e não porque os compradores estão poupando. O resultado é a necessidade que os empregadores têm de diminuir o número de colaboradores.
O entendimento dessa circunstância não está sendo feito pelo Governo do Estado que, de costas para o problema, quer passar a impressão que nada tem a ver com o resultado, uma vez que conta com polpuda transferência federal decorrente do Fundo de Participação e de outras receitas que engordam o orçamento do Estado, sem qualquer gasto no sentido de recuperar um importante setor como o comércio.
Os amapaenses estão percebendo o quanto foram prejudicados pelos 24 anos da má gestão que tomou conta do Estado do Amapá e os reflexos no desenvolvimento que se arrasta, de marcha a ré, sem qualquer ação para consertar os erros. Esqueceu-se de tudo, principalmente das suas obrigações básicas: o desenvolvimento do Estado.