O mês de julho tem revelado para a população de todo o Estado e especialmente da Capital, o estágio em que se encontram a duas companhias que consomem, diretamente, boa parte da economia das famílias: a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e a Companhia de Água e Esgotos do Amapá (CAESA).
A Companhia de Eletricidade do Amapá já está na decadência há muito tempo, levando para o ralo, junto com ela, o empréstimo bilionário feito junto ao BNDES com a justificativa de salvá-la e que não deu nem para o começo, levando a empresa à caducidade do contrato que a autorizava em ser concessionária da distribuição de energia elétrica para todo o Estado.
No momento a CEA é uma prestadora de serviços para a Eletrobrás, sem autonomia para tomar as decisões estratégicas, como definir o seu verdadeiro papel no desenvolvimento do Amapá.
A outra empresa, a Companhia de Água e Esgotos do Amapá, além de estagnada nos seus objetivos, não tem como avançar no sentido de atender à sua própria finalidade.
Seus dirigentes reclamam que o arrecadado não dá, sequer, para pagar os seus funcionários e as obrigações sociais decorrentes, dependendo, assim, do fluxo direto de dinheiro do orçamento estadual para ir mantendo a cambaleante empresa.
Este mês as sucessivas, inesperadas e inexplicáveis faltas da água tratada nas torneiras das habitações aqui em Macapá agravou o ambiente de confiança do consumidor no comando da empresa. Um comando que se constitui, faz tempo, em moeda de troca por apoio político às cores do governador que está no Palácio do Setentrião, pelo menos nos últimos 24 anos.
As famílias não sabem mais o que fazer. Sabem dos problemas estruturais e econômicos que as duas empresas enfrentam em decorrência de gestões complicadas ou apeadas que foram praticadas, sem sucesso e sem conserto, por todo esse tempo, imaginando que sempre haveria quem acobertasse os erros sem cobrar as promessas que foram feitas desde o tempo “água para todos” ou do “luz para todos” que serviram muito mais como compra de votos do que como amparo a quem verdadeiramente precisava ou precisa.
Os dois sistemas carecem de radicais modificações em sua estrutura, exatamente o que não conseguiram fazer os governantes estaduais durante esses 24 anos de troca-troca que prejudicou a todos.