É desesperador quando se tem a necessidade de servir a dois senhores, principalmente quando o desejado é continuar fazendo o que faz.
São grandes as chances de desagradar aos dois e a todos aqueles que, de alguma forma, ainda se agarram às presilhas, do que imagina ser uma bóia, para continuar sobrevivendo.
A política tem seus segredos e os seus bônus, mas também exige um rumo determinado para que o político seja um líder, ou aquele que necessita liderar por um determinado espaço de tempo.
A sinuca em que se meteu o pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, na busca de motivos para agradar aliados e os seus próprios partidários, no sentido de ter densidade na campanha que deslancha com dificuldades para renovar o mandato, bateu no teto do razoável.
E agora? Lula (PT) ou Ciro (PDT).
Mesmo estando falando e cantando nas duas, prestando solidariedade e apoio, em uma delas dando o seu voto na condição de convencional, fica difícil compreender qual a verdadeira intenção do pré-candidato, ou então está escrevendo uma estória da sua estada múltipla no Palácio do Setentrião, na qualidade de governador.
Mas foi isso mesmo: no lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Amapá, lá estava o governador prestando irrestrito apoio ao candidato do PT; na outra semana estava ele em Brasília, desta feita na condição de convencional do PDT, indicando para o mesmo cargo pretendido por Lula o cearense Ciro Gomes.
Da primeira vez os pedetistas ficaram bicudos e, agora, os petistas foram aqueles que têm motivos para se considerarem ofendidos, ou traídos, avaliando o apoio com o qual havia se comprometido.
Dizer que a política tem disso, não justifica. Muito ao contrário, a política precisa de homens muito sérios e competentes para mostrar-se ao eleitor, dono da escolha que fará no dia 7 de outubro, para administrar os seus interesses ou representá-lo quando da estruturação do País e do Estado no sentido de encontrar o desenvolvimento desejado e esperado pela população.
Pré-candidatos volúveis ou mutantes não deveriam fazer parte do processo de escolha, principalmente no momento em que o País e o Estado estão precisando definir novos rumos para o desenvolvimento, tendo que demonstrar competência para romper a barreira da mesmice que está deixando o Estado do Amapá sem perspectiva.
A situação é muito grave, mas os amapaenses têm na memória não só os nomes, mas, também, os métodos daqueles que levaram o Amapá a esse estado de penúria e de atraso em que se encontra a administração e o desenvolvimento do Amapá.
Os eleitores veem, a cada dia, à medida que se aproximam as eleições, a necessidade de mudar, não apenas pela vontade de mudar, mas pela necessidade de contar com novas propostas, outros métodos, e não vê repetidos discursos que apenas defendem a incompetência e enterram as decisões que poderiam dar novo ânimo a esta Unidade da Federação, tão necessitada de um governante que possa assumir a liderança social dessa população.
As soluções simples estão sendo abandonadas. As fontes de desenvolvimento estão à espera de decisões de pessoas que possam acumular credibilidade e não das indecisões de pessoas que se acostumaram a ter no Governo do Estado como uma vaca leiteira, ainda jovem, e em condições de alimentar os famintos ou gulosos aliados.