Os eleitores precisam prestar atenção no que acontece nos intervalos das eleições em que escolhe os seus representantes. Este ano é a vez de escolher representantes que vão para o Congresso Nacional e à Assembleia Legislativa.
Um dos fundamentos estabelecidos na Constituição Federal de 1988, referindo-se ao Estado Democrático de Direito, no parágrafo único, do inciso V, do artigo 1.º da Carta Magna estabelece: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Portanto, a realização de uma eleição não é um costume ou representa a vontade desta ou daquela autoridade; a realização de uma eleição é uma ordem constitucional e que não pode ser negligenciada por quem que seja: nem pelos organizadores e, muito menos, pelos eleitores.
O constituinte quis que o poder emanasse do povo e que fosse exercido por representantes eleitos, um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
A responsabilidade do eleitor não pode ser minimizada, dada a grandeza que representa na definição desse fundamento constitucional, independente da campanha ou da propaganda eleitoral.
A campanha eleitoral tem como principal objetivo o conhecimento, por parte do eleitor, dos candidatos para que possa fazer a melhor escolha. Não pode ser assim, qualquer escolha, tem que ser a melhor, aquela que pode satisfazer a expectativa de um eleitor, mas também, a expectativa de uma população, principal alvo do Estado.
São muitos os políticos profissionais, donos de partidos, donos de ideias, mas, raramente, dono do princípio fundamental previsto na Constituição vigente. Mesmo assim fazem tudo para permanecer um dos representantes escolhido conforme o fundamento constitucional seja para administrar uma unidade da Federação ou a própria União Federal, seja para representar no Congresso Nacional ou na Assembleia Legislativa de um Estado.
Quais são as referências que utiliza para escolher um candidato a qualquer um dos cargos em disputa em uma eleição?
Faz um apanhado do histórico político do candidato? Da atuação em causas que considera importante para a população?
Isso deve ser o básico, afinal de contas aquele candidato, se eleito, será o representante do seu poder para sustentação do Estado Democrático de Direito que foi desenhado pelos constituintes.
No Amapá nem mesmo os que são eleitos conseguem sustentar a impressão de que compreendem o seu papel, pois alguns negligenciam sem qualquer remorso em relação àqueles cidadãos que o escolheram como representantes. Aqueles que, também, são escolhidos como gestores preferem atender o interesse grupal ou familiar, deixando de lado a vontade do eleitor que o escolheu.
Nos parlamento – e agora estão sendo escolhidos os parlamentares para o Congresso Nacional e para a Assembleia Legislativa – em regra não respeitam a escolha do eleitor, a maioria tem preferido entender que o eleitor o escolhe por qualquer de seus predicados pessoais, não para atender à ordem constitucional e ao interesse geral.
No Amapá estão registrados, no Tribunal Regional Eleitoral, trinta e três partidos políticos. São tantos partidos que tem político que prefere agrupá-los sob um guarda-chuva familiar, distribuindo presidência partidária com parentes e aderentes desde que garanta eleição de apaninguados para vagas de representantes do povo.
Quem pode evitar isso? Só o eleitor, mais ninguém!