Acumulando conhecimentos e observando necessidades, o legislador brasileiro chegou à conclusão de que, quando se elege um mandatário estadual é bom eleger também, na mesma oportunidade, aquele que vai substituí-lo nas suas faltas e impedimentos, o vice.
Nem sempre foi assim! Outras experiências foram testadas e acabaram levando ao modelo atual, ou seja, quando se elege o governador também se elege o vice-governador, com aquela incumbência prevista na Constituição do Estado e que é considerada importante, para que haja segurança na continuidade administrativa.
Com o passar do tempo, entretanto, os vices, dependendo dos respectivos titulares, têm encontrado dificuldades para exercer o seu papel, criando uma zona de atrito que conduz ou ao ostracismo do vice ou à renúncia do vice.
No Amapá temos exemplo para as duas situações.
Atualmente, por exemplo, o Estado do Amapá está sem vice-governador por renúncia daquele que foi eleito na mesma chapa do governador atual.
Apesar de ter ido ao extremo, renunciando há poucos dias da convenção que indicaria o candidato da situação, experimentou antes, todas as fases, como sejam: parceria suportável, afastamento precavido, ignorância da presença, traição de ação para, finalmente, haver a renúncia ao cargo.
Prejuízo para a administração, embora negada pelo titular, mais alívio por ambos: do vice, considerando todo o processo de “fritura” e desrespeito sistemático; para o governador, apontado como o principal responsável pela renúncia, que ficou sem aquele que jurou que dividiria as responsabilidades do cargo.
Prejuízo imenso para a gestão e um acréscimo importante no índice de rejeição que a gestor acumula neste momento.
Essa foi a questão mais traumática.
Outros vices também “comeram o pão que o diabo amassou” levando cada um deles a se perguntar: “afinal, o que estou fazendo aqui?”. “Só sou escalado para solenidades de segunda linha ou representação em reuniões de pouca ou nenhuma importância, ou ainda para enfrentar problemas para os quais não tenho solução”.
Então é importante o eleitor estudar o comportamento tanto do candidato a governador como do candidato ou candidata a vice, isto durante a campanha eleitoral, que devem agir e se comportar como se fosse apenas um, assumindo os mesmos compromissos e se colocando à disposição da população para ter o mesmo denodo e a mesma vontade de fazer.
Os candidatos a vice nas eleições deste ano são 1 (uma) mulher e 4 (quatro) homens e que precisam ser analisados pois, mesmo indiretamente, são votados no dia da eleição, muito embora o nome de cada qual não apareça na urna.
Silvana Vedovelli é a candidata a vice-governadora de Davi Alcolumbre, que tem participado diretamente da campanha, estando em todos os momentos de aparição do candidato ao cargo de governador titular, ativa e convincente. É a única mulher candidata ao cargo; Marcos Roberto é o candidato a vice-governador de João Capiberibe, e não é tão ativo ou convincente; Jaime Nunes é o candidato a vice-governador de Waldez Góes, há muito que buscava esse lugar, está inibido e sem arranque; Jozean Torres é vice de Antônio Cirilo, ainda não apareceu; e Amiraldo Brito é o vice de Gianfranco Gusmão, também ausente da campanha.
O eleitor precisa ter em mente qual o papel que o vice-governador ou a vice-governadora irá exercer, se importante e decisivo.